Num jogo de futebol, vejam lá a novidade, há três desfechos possíveis: a vitória, a derrota e o empate. Por conseguinte, sendo disputado por duas equipas, se não houver empate significa que uma vencerá e a outra perderá. Perceberam?
Por conseguinte qualquer adepto da coisa deve estar preparado para qualquer resultado da sua equipa, seja em que contexto for, para além da outra questão acessória que é a decisão eventual do desempate por penalties. Outros quinhentos.
Todavia, se há muita e boa gente que percebe isto e como tal se comporta, outros há que é tiro e queda, ou seja, convivem mal com a derrota e raramente ou nunca a aceitam. Há quem diga, para o justificar, que isto é fervor, mística e amor ao clube, mas também quem considere que é apenas o elementar fanatismo, falta de fair-play, respeito ou mesmo fanfarronice.
Ora esta situação é mais grave quando esses adeptos ocupam igualmente posições de liderança e como tal com muitos olhos postos no seu exemplo.
Mas em rigor isto já pouco interesse tem e serve apenas para alimentar jornais e debates na TV porque com o futebol na dimensão em que está, não passa de uma mera indústria, um negócio de muitos milhões, que usa os adeptos apenas como fonte de receita para pagar principescamente a jogadores, dirigentes e empresários. Por conseguinte os valores que ainda, pensamos que estão lá, como o desportivismo, o fair-play, o respeito pelo adversário, etc, são na realidade eufemismos sem correspondência e usados apenas para entreter gente sem sono.
Mas que é interessante assistir a este "jogo" para além do rectângulo de jogo, é, porque nele podemos ver até onde vai o pior que o futebol tem, a rivalidade doentia, o desrespeito mútuo, a fanfarronice, a falta de bom senso, etc.
É o que é! Talvez por isso, a leste do paraíso, só soube hoje de manhã do desfecho do resultado de um certo jogo de futebol que terá acontecido ontem ao início da noite. E, como se previa, sem surpresas, não tanto no resultado, que poderia ser qualquer um, mas sobretudo nas reacções a ele. Mais do mesmo.
Se está a chover, fujamos da chuva, a não ser que valha a pena ver alguém a molhar-se!