Creio que já abordei por aqui esta particularidade, mas tenho para mim que um dos bons indicadores da saúde financeira dos cidadãos, tanto ou mais que o INE - Instituto Nacional de Esatatística, é o ligar para alguns dos restaurantes cá da zona e mesmo que com duas horas de antecedências, e outros de dias ou semanas, e de lá informarem recorrentemente que estão cheios em reservas.
Ainda um dia destes, num dos locais envolventes à ria de Aveiro, à porta de um certo restaurante onde se diz comer bom "peixinho", antes duas horas de abrir ao meio-dia informou estar todo reservado e com lista de espera para depois das 14 horas. Arranjei um alternativo, próximo, mas mesmo esse a partir das 12 horas começou a encher e ainda antes das 13 estava a abarrotar.
Mesmo por cá, ainda no Sábado, para jantar, dos três que contactei uma hora antes, já estavam reservados na totalidade. Na insistência e com o compromisso de estar à mesa às 19, e a despachar, lá se conseguiu mesa para dois num deles. Escusado será dizer que saí e ainda havia mesas vazias, porque isto de reservas tem que se lhe diga, sobretudo quando os restaurantes aceitam que uma mesa reservada fique ali vazia até que os senhores doutores lá cheguem às horas que entenderem. Coisas, mas é lá com eles. Por mim, as reservas teriam que ser preenchidas logo à primeira hora.
É certo que este meu indicador de boa saúde nos bolsos e carteiras da nossa malta, por vezes são tiros ao lado, pois o que não falta por aí é rapaziada boa que goza férias à grande e à francesa, em locais mais ou menos paradisíacos, e fazem por o mostrar nas redes sociais, com empréstimos contraídos para o efeito. Mesmo que nunca o tenha feito (credo em cruz), é legítimo e nada contra com quem o faz, mas é uma situação que nos faz ter em conta que nem sempre o que parece, é. De resto a este propósito, gosta de dizer o meu amigo José H. que o seu carro é modesto mas que não está em nome de um qualquer Banco ou empresa de leasing. - Estás fora de moda, caro JH!
Mas como é tão típico dos portugueses, primeiro gozar, segundo gozar e depois logo se vê, quem sabe se com uma ajuda do Governo...
Seja como for, a malta no geral ainda anda folgada, pelo menos o suficiente para encher depósitos de combustível dos seus bons carros, ocupar alojamentos e reservar restaurantes. Perante estas evidências, que dizer? É positivo, digo eu, que, com desconsolo, ainda não descobri como vender cabritos sem ter cabras.
Viva la vida! Olé, olé!