A propósito da crescente redução de casamentos com celebração religiosa, pessoalmente até nem acho mal. Até acho bem! Feitas as contas é preferível essa coerência do que virem a curto prazo comprovar que foram apenas tristes espectáculos, meros pretextos para uma festança mediática, fotogénica e gastronómica. É claro que esta mesma incoerência, a avaliar pelo crescente aumento de divórcios, acontece também, e de que maneira, nos casamentos pela via administrativa, dita civil, mas pelo menos poupa-se a vergonha perante santos e santas nos altares. Para o resto, para a ligeireza dos compromissos, e num tempo em que qualquer vulgaridade é pretexto para festa, para isso é que existem quintas, arraiais, santoinhos e malafaias, bebida a rodos e fogo de artifício.
Por agora importa é a felicidade, mesmo que para a efemeridade de um dia. O amanhã e o depois do amanhã, a que ainda falta tempo, passadas as ressacas e apanhadas as canas do fogo, pouco importa. Com jeitinho repete-se a dose as vezes que forem necessárias. A isto chama-se modernidade.