Há momentos que são isso mesmo, momentos, lapsos de tempo, olhares fugazes.
No último Domingo, de manhã, antes das 8, uma ida ao Viso e num instante este vislumbre do sol a nascer por detrás do monte. Mas 2 minutos depois, lá chegado, o céu já estava fechado numa aguarela densa em tons de cinza e aquele momento de luz morreu ali.
Há neste simples instante, na sua efemeridade, um ponto de partida para várias reflexões, mais ou menos intimistas, introspectivas, mas na pressa do nosso viver, no trilho da rotina dos nossos dias, poucas vezes as fazemos.
É certo que todos os dias há o nascer e o por-do-sol, como diz o povo, mais marés que marinheiros, mas convenhamos que são sempre irrepetíveis, singulares e, como na nossa vida, cada momento é unico e o ponto de transição entre o presente e o passado é constante porque acontece a cada fracção de segundo.
Nesse processo avançamos irremediavel e simultaneamente para o passado e para o futuro, que não é daqui a um ano, mês ou amanhã, mas já no exacto segundo a seguir à escrita do ponto com que termina este texto.