Manda a boa e genuína tradição na nossa freguesia de Guisande que a consoada de Natal seja no próprio dia. Assim, com Jesus já (re)nascido, é hoje o dia grande e mais logo ao início da noite muitas famílias voltam a reunir-se à volta de mesas fartas e generosas com coisas boas.
Com os novos tempos em que a fartura e diversidade trouxeram outras formas de viver o Natal e do convívio à mesa, certo é que ainda há coisas e pormenores que guardam a genuinidade e simplicidade de outros tempos em que certamente havia menos abundância mas mais essência no modo como eram preparadas bem como na sua vivência.
Não importa fazer comparações e esgrimir contrapontos porque os tempos são mesmo assim, de mudança, de evolução, independentemente do sentido que tomam. Interessá, sim, não perder de todo o espírito que herdamos dos tempos de nossos pais e avós e geração após geração vamos transmitindo como nossos. A família sempre, e como pedra angular a matriz religiosa e seu significado do renascimento de Jesus Menino que nasce puro e humilde numa humanidade que se quer igual e fraterna. Todo o resto é acessório e ignição para o mercantilismo, que também é importante mas se colocado no devido lugar. Interessará sempre fazer essa destrinça porque se não, então o Natal não será mais que um mero evento carnavalesco.
Feliz Natal a todos os leitores e visitantes, regulares ou ocasionais deste espaço em que procuro que, para além da matriz pessoal, reflicta muito das coisas nossas, da nossa terra, sua gente, raízes e tradições.