E pronto! Com este dia derradeiro de 2023, terminado está mais um ano que, no início do mesmo, milhares, milhões de pessoas em todo o mundo quiseram, de copo na mão, augurar como próspero, repleto de saúde, paz e amor. Infelizmente, para além do lado ritual que se repete vez após vez, os anos, todos eles acabam por ser iguais. Porque serão sempre de prosperidade, saúde, paz e amor para muitos mas o contrário para outros, porventura mais. Assim continuamos com guerras violentas no coração da velha Europa, no Médio Oriente e noutros pontos do planeta, e com regimes a dar passos para que ela se torne ainda mais global.
Bastariam as diatribes da natureza e das suas forças indomáveis para já nos castigarem suficientemente de tragédias, mas o homem teima em acrescentar a esse cardápio o pior lado de si próprio, o da sua natureza humana.
Posto isto, por mais votos sentidos, sinceros ou meramente formais e rotineiros que façamos às derradeiras pancadas do relógio à meia-noite, e já sob o estourar e estrelejar de foguetes, tudo será mais do mesmo em que a tragédia andará a par dos deslumbramentos da humanidade no seu lado bom.
Mesmo assim, sim, votos de que o lado bom da vida e das pessoas, o da luz, se sobreponha ao seu lado negro, o das trevas.