Por um bom conjunto de razões e responsabilidades de muitos, também por um nítido desinteresse pela identidade, coisas e tradições, que há ainda alguns anos tínhamos como motivo de orgulho, desbaratamos todos, enquanto comunidade, a antiga tradição do Juíz da Cruz. Desinteresse e comodismo de uns, desleixo e incúria de outros, lá se foi a tradição para as masmorras da memória. Daqui a alguns anos, não fosse estar escrito e registado como era, poucos se lembrariam dela.
Mesmo assim, numa realidade que já nada tem a ver com a antiga tradição, com as particularidades da função, porque agora desconsideradas e apenas em serviços mínimos, lá vamos tendo alguém por voluntarismo. Foi assim no ano passado e será também neste ano de 2024, em que, como voluntário, será Juíz da Cruz o Sr. Armindo Monteiro Gomes, natural do Viso - Guisande, e residente em Arosa - Lobão.
Não há muito mais a dizer sobre este assunto, principalmente de minha parte, até porque quando chegou a altura e a oportunidade assumi, com canseira mas orgulho, as minhas responsabilidades inerentes à função para a qual me escolheram. Parece que foi ontem mas já em 2013. Por isso, não foi por mim que a coisa chegou a este actual ponto de nítido desinteresse. Assim assumisse cada um o seu papel...
Em todo o caso, é de registar de forma positiva que tenha surgido alguém, porque certamente com gosto e com reconhecimento de que importa preservar, mesmo que já pouco ou nada tenha a ver com o brilho e entusiasmo que teve no passado onde ser-se nomeado para a função de Mordomo da Cera e depois Juíz da Cruz era um orgulho e prestígio pessoal perante a comunidade. Outros tempos!
Parabéns ao Armindo Gomes!