Eu queria fazer um poema
À minha mãe, à sua vida,
Da infância que não teve,
Do fulgor da juventude
À fraqueza na velhice.
Uma vida lógica, teorema
A provar a verdade vivida,
Sem temer porque não deve
Nada à riqueza ou saúde,
Nem mal que Deus visse.
Foi somente mulher de luta
Mãe de filhos que tantos são
Na diária freima da labuta
De lhes dar de si amor e pão.
No fim de tudo, tudo é vitória,
Numa vida vivida com sentido,
Na prostração, oração e glória,
De todo o modo, dever cumprido.