2 de maio de 2024

Arco-Íris




Tenho para mim que uma grande fotografia poucas vezes tem a ver com a qualidade do fotógrafo. Tem mais a ver com a qualidade do seu equipamento, dos lugares que visita e dos motivos que capta. Mas tantas vezes o que realmente é diferenciador é o momento, a oportunidade, porque um segundo a mais ou a menos faz toda a diferença, porque ou se perde o enquadramento, a pose ou as nuances de cor e luz.

Ontem, por exemplo, muitos terão observado, ali por volta das oito da tarde, projectou-se do lado nascente da freguesia um bonito e completo arco-íris, que até chegou a ser duplo, e com o seu interior mais claro que o exterior, num contraste deslumbrante com o céu enegrecido. 

Estava nessa altura em casa de minha mãe, por detrás da capela do Viso, e fui tirando umas fotos mas sem conseguir o enquadramento total do arco e só então me ocorreu que poderia tentar o enquadramento da capela com este fenómeno da luz solar ao ser filtrada pelas gotículas da chuva. 

Assim, rapidamente me desloquei para o monte e para defronte da capela mas já o sol estava um pouco encoberto e o arco-íris já a dissipar-se e menos notório. Foi pena este pequeno atraso, porque um pouco antes e teria conseguido uma deslumbrante fotografia, mesmo que sem grande equipamento. Assim, apenas uns fragamentos que agora partilho, uma pobre amostra do que poderia ter sido.