Há 20 anos que não ponho os meus pés na Viagem Medieval.
Apenas por umas poucas razões:
1 - A primeira desde que, enquanto membro da Comissão de Festas cá da terra, solicitei um apoio da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira à componente cultural, pela participação de duas bandas filarmónicas, e nem sequer merecemos resposta nem a atribuição de 1 euro que fosse.
2 - Não concordo que enquanto cidadão livre, defendido pela Constituição, que me permite a livre circulação no espaço público não o possa fazer durante quase duas semanas, numa zona nobre e ampla de uma cidade, convertida por esses dias num parque temático.
3 - Se gostei da genuinidade das primeiras edições, e ainda no castelo, depressa percebi que a coisa se massificou. Não sou adepto de entretenimento massificado. Defeito meu, admito!
Mesmo assim, da duração, creio que 4 dias seriam suficientes. 12 é um exagero e todo o constrangimento que daí decorre. Quem por ali vive ou trabalha, melhor é meter férias e dar de frosques.
Reconheço obviamente a importância económica para o concelho, seja quem disso beneficie, e serão muitos, mesmo que digam que quase sempre os mesmos, mas como dela não colho 1 euro, é daquelas coisas relativas, a desconsiderar porque de que vale sermos ricos por ter o ovo no cu da galinha do vizinho? Além do mais, nem tudo pode ser justificado pelo dinheiro e receitas.
Apesar de tudo, é engraçado ver tanta gente feliz a fazer de conta que é cavaleiro, a comer e a beber sem olhar a preços, sempre exorbitantes . Assim fossem tão empenhados estes nobres e valentes cavaleiros de fingimento a apanhar batatas. Não são, mas que se divirtam!
Passarei pelo burgo logo que que o espaço público atravancado seja devolvido aos cidadãos, assente a poeira das batalhas fingidas e dissipado o cheiro a porco no espeto.