Se não me engano,
Falta, inteiro, um ano
Para daqui a um ano.
Haverá tempo para o Natal,
Nascimento, renascimento.
Também para o Ano Novo,
De novo necessário ao calendário,
à celebração e ao espumante.
Depois o Carnaval,
Sempre igual, carnal,
Em folia estonteante.
Cinzas e Quaresma,
Penitência, caminhada
Rumo à Páscoa, à ressureição.
Haverá rosas nos jardins,
Aromas de jasmins,
Pêssegos e cerejas.
Pelo S. Tiago
Virá o pintor
A pintar os bagos.
E logo, em riso,
A festa do Viso.
Haverá tempo a vindimas
E a colheitas.
Mas também virá o tempo
Para a revelação,
Dos que darão
O rosto pela traição,
Os zelosos traidores,
Os que cometeram o pecado,
Os que venderam o legado
De quem os precedeu,
Os que sempre souberam
Defender o que era seu,
Como homens inteiros;
Os que não se venderam.
Por 30 dinheiros.
Falta um ano para daqui a um ano!