Elaborei para a Festa de Pigeiros o logotipo. Naturalmente com satisfação por ficar associado a uma festividade com tanta tradição.
Adoptei um grafismo estilizado, em tom monocromático de modo a poder ser utilizado em diferentes suportes. Num elemento de elipse, representa-se a fachada da igreja ladeada de um elemento orgânico, com três pardais sobre um ramo interligado à moldura.
Para os que não conhecem a ligação aos pardais, a origem é antiga e por isso a festa de Pigeiros era conhecida por Festa dos Pardais ou da Pardalada.
Essa popular designação caíu em desuso, mas pretendem os pigeirenses assumir e valorizar essa imagem como parte da identidade popular da festa da freguesia. O logotipo pode ser usado em edições seguintes bastando actualizar a referência ao ano.
A primeira referência escrita à Festa dos Pardais, encontrei-a nas memórias paroquiais de 1758, uma espécie de inquérito a todas as paróquias portuguesas, mandado fazer pelo Marquês de Pombal, a que todos os párocos foram obrigados a responder, e que com isso se pretendia uma caracterização geográfica, natural e patrimonial de cada paróquia. O então pároco de Pigeiros, o Abade João Carlos da Rocha Tavares, ao descrever a igreja, os altares e os santos existentes, referiu que existia ali a imagem de Nossa Senhora dos Remédios, “imagem milagrosa cognominada de Senhora dos Pardais”, que na tradição popular atendia as preces para afugentar os pardais dos campos e das sementeiras, que por esses tempos eram numerosos e que grandes prejuízos causavam aos lavradores.
Fica, pois, a explicação e a razão de associar no logotipo essa imagem desses pássaros tão comuns na nossa região.
Pessoalmente acho que é de enaltecer a valorização desta imagem porque d efacto é uma forma de respeitar a cultura e tradição de uma comunidade e de um povo.