22 de abril de 2025

Pobre Monte de Mó...

 


Durante 30 anos tivemos um PDM que não permitia no Monte de Mó a construção de um galinheiro ou de um curral de ovelhas. Caíam tempestades celestes e chuvas de indeferimentos, coimas e contra-ordenações. Parte dele estava, e bem, classificado como Reserva Ecológica Nacional.

Depois, como nestas coisas a importância das mesmas é muito, muito relativa, mandaram a ecologia dar uma volta e ali fizeram passar uma auto-estrada. A seguir, como se não bastasse, veio uma sub-estação eléctrica e toda uma plantação de enormes torres metálicas, seguindo em todas as direcções. Uma espécie de parque temático da energia eléctrica. Se por Duas Igrejas pendurasem bandeirinhas coloridas nas linhas que o cruzam e entrecruzam, seria o velho lugar uma permanente feira popular.

No topo desse bolo, não falta quem ali deposite as cerejas na forma de lixo, caseiro, da construção civil e das oficinas automóveis.

É este o nosso desenvolvido concelho, sempre tão preocupado com as questões ambientais e com a conservação das urtigas, das malvas, da gilbardeira, das lesmas negras e dos piscos de peito-ruivo.

Pobre Monte de Mó, longe dos passadiços, cagaram-se, literalmente, para ti, e devem desculpar-se com aquela velha história do progresso.

Mas ainda fica a dúvida: Ainda será possível ali construir um curral de ovelhas? Não irá estragar a imaculada paisagem? Respeitará os pressupostos da alínea c) do ponto 5 do Anexo I da Portaria Nº 113/2015 de 22 de Abril (Justificação das opções técnicas e da integração urbana e paisagística da operação)?