Mapa de Guisande com a indicação de localização de alguns elementos de património natural, rural ou colectivo. Ainda com pontos históricos ou de outra natureza. Em constante actualização.
3 de fevereiro de 2025
17 de janeiro de 2025
Donos do nosso destino
Não há motivo para festa, mas tão somente de alegria. No meio de muitas adversidades e do desalento, que ainda há dias parecia definitivo, foi possível.
Uma alegria transversal, sem contra nada nem ninguém, apenas pela vontade de devolver o destino de Guisande aos guisandenses. Apenas isso, e não é pouco.
Obrigado a todos quantos que com o seu empenho e orgulho no legado passado, tornaram possível: Os guisandenses que intimamente desejaram este momento, ao Celestino Sacramento, ao Rui Giro, aos membros que, leais à sua terra, votaram a favor na Assembleia de freguesia, e a tantos outros que se envolveram no processo.
Ainda há passos a dar, não menos importantes, como a promulgação pelo presidente da República, mas o principal foi alcançado hoje, uma data que no futuro merecerá celebração.
Pena que o grupo de freguesias apresentado pelo PCP, em cima da hora, não fosse colhido, por questões meramente burocráticas, porque se respeitaria a vontade expressa pelas populações. Apesar disso, para quem conseguiu, o dia será memorável.
Bem-haja aos verdadeiros guisandenses!
Parabéns às freguesias vizinhas de Louredo, Gião, Pigeiros, Vale e Vila Maior! Serão igualmente donas dos seus destinos!
14 de agosto de 2022
António - Um homem com o perfil certo
Dizem-me que o António está hoje de parabéns! O António Azevedo da Conceição é dos nossos! É gente nossa! Uns chamam-lhe o Tono do David, outros o Tono Ministro, e alguns, ainda, o Tono sacristão. De facto é tudo isso mas é mais do que isso. É gente nossa, porque dos bons, daqueles que têm dedicado uma parte significativa das suas vidas, à paróquia ou freguesia, tantas vezes em detrimento da sua própria.
Desde há muitos anos, mesmo décadas que o António faz parte da mobília da casa nas suas diferentes tarefas, mas sempre procurando dignificar a sua e nossa terra e paróquia, num compromisso quase sacerdotal, passando por diferentes párocos e diferentes tempos. E com muito resiliência pois certamente, que pelas constantes mudanças, terão sido muitos os desafios, as alterações e adaptações, e certamente que nem sempre de feição à sua forma de ver, viver e sentir a paróquia. Qualquer outro já há muito que teria dado à sola e dedicar-se apenas a si e aos seus. Mas o António tem mostrado ter o perfil certo para estas coisas de dedicação e ajuda na paróquia.
Foi pena que não tivesse ido mais longe e poderia hoje ser um bom sacerdote ou diácono. Mas a opção de vida foi sua e a missão que escolheu, não tem sido de somenos importância. Tanto nas coisas da paróquia como na dedicação à família, no cuidado prestado aos seus pais e à irmã. Solteiro por opção e missão, casou-se com essa responsabilidade de filho e irmão e a ela tem sido fiel.
É costume dizer-se que ninguém é insubstituível, e é verdade, mas o Tono é quase desses que, como analogia numa equipa de futebol, o treinador olha para o banco de suplentes e não vê ali ninguém capaz de assegurar a sua qualidade.
Assim, sendo, dêmos valor ao António Ministro, porque apesar de estar sempre com um ar jovem, a verdade é que já passou dos setentas, e naturalmente não andará por cá toda a vida, como de resto qualquer um de nós, e nunca devemos deixar para amanhã o que podemos fazer e dizer hoje. Por mim, mesmo que o já tenha dito, digo-o agora novamente: Obrigado, António, por servires a paróquia, naturalmente com as tuas limitações e defeitos próprios, mas com muita dedicação, dignidade e amor.
Bem hajas!
Nota posterior:
Já depois de escrever o texto acima, que teve aqui centenas de visitas e na rede social inúmeros comentários positivos e de gratidão e apreço pelo papel do António na paróquia, estive com ele e fez-me sentir que teria preferido que nada escrevesse. Percebo e compreendo, porque o António é assim mesmo e gosta de se esquivar destes elogios públicos.
Eu compreendo, repito, a sua posição e de algum modo peço que me desculpe pelo atrevimento e alguma exposição a que o sujeitei, mas sendo no contexto da sua acção num espaço público e comunitário, que a todos diz respeito, continuo a achar que é sentido e merecido.
De resto, excesso de humildade por vezes também nos prejudica. Tantas vezes com a nossa dedicação e esforço em prol dos outros e da comunidade, ficamos sentidos por não vermos esse esforço reconhecido e até, pelo contrário, criticado. Ora se assim é, não podemos ficar incomodados quando de algum modo sentimos que esse mesmo esforço e essa mesma dedicação, são, afinal, reconhecidos. Não podemos é ficar aborrecidos porque nos criticam ou incomodados porque nos elogiam, porque às tantas as pessoas ficam confusas ou indiferentes. A humildade é uma qualidade que devemos cultivar em nós próprios, mas sabe sempre bem sentir o carinho e reconhecimento dos outros e quando este é expresso não o podemos repudiar. É sinal de que estamos no caminho certo, a ser úteis e prestáveis à comunidade onde nos integramos.
Face a isto, o António deve compreender que embora o não peça nem o procure, deve aceitar, sem incómodos, que os outros lhe reconheçam e agradeçam o seu trabalho na paróquia. E não é demais que o façam.
7 de agosto de 2022
Gente Nossa - O Sr. António Henriques (do Pêga)
6 de agosto de 2022
Gente Nossa - O Sr. Inácio das Tintas
Pelo início dos anos 1990, tivemos no jornal "O Mês de Guisande" uma interessante rubrica designada de "Gente Nossa". Grosso modo, através dela pretendia-se transmitir testemunhos na primeira pessoa de gente da nossa terra com carácter e personalidade, a começar pelos mais velhos. Não foram muitas as edições, não porque não faltasse matéria prima, mas porque no entretanto o jornal acabou por suspender a sua publicação.
Mesmo assim recordo-me de conversas com o Sr. Joaquim Dias (Ti Jaquim do Pisco), o Sr. Belmiro Henriques, a Ti Ana, mãe do Sr. Manuel Alves, e outras figuras mais. Tinham por esse tempo idade avançada pelo que, naturalmente decorridos pelo menos 30 anos, já partiram e deles subsistem as saudades e memórias.
E tanta mais boa gente que já partiu e que certamente poderiam ter transmitido na primeira pessoa muitos e interessantes testemunhos de vida. Mas as coisas são como são e por mais que queiramos não podemos reter numa mão fechada ou mesmo nas duas, o mar ou a água de uma fonte.
Neste contexto, apesar disso, podemos e devemos sempre que possível falar das boas pessoas, tanto das que já partiram, como mesmo das que felizmente ainda temos o privilégio de as ter e ver por cá e as considerar gente nossa. Certamente que todos com muitos defeitos mas igualmente com outras tantas virtudes e que no caso importa que sejam enaltecidas.
Assim, permitam-me vocês e sobretudo ele, que fale aqui um pouco da figura guisandense que é o Sr. Inácio Silva, para outros o Resende e para muitos o Inácio das Tintas.
Ontem, já quase no final da sexta-feira da Festa do Viso, cruzei-me com ele, já a sair e disse-me que completava 79 anos de idade.
Apesar de eu já estar com uns bons canecos, porque nestes dias toda a malta quer pagar rodadas a rodos, creio que ainda consegui reter a idade que me disse ter. 79. Mas em rigor, mais ano, menos ano, pouco interessa. Fez anos e tem os que tem. E como não lhe apareci, ficou de liquidar as contas na roda para hoje. De resto, quanto aos anos, como alguém diz, os que já passaram já não os tem. Tem os que faltam vir e viver e que naturalmente desejamos que sejam ainda muitos e bons.
O Sr. Inácio é boa praça, com um estilo e personalidade muito peculiares mas que destaco sobretudo a sua sempre boa disposição e optimismo que transmite. Incapaz de guardar rancor ou ressentimento, está sempre receptivo à camaradagem. Quanto está já um bocadito "passado", e é preciso muito para molhar a vela, é capaz de nos repetir vezes sem conta as mesmas e boas histórias pessoais, mesmo as que passou em França, onde fez vida e cimentou a família, mas é sempre um bom companheiro e não se nega a um bom convívio, seja com os seus na sua quinta de Vila Maior, onde se delicia com os frutos do seu trabalho, seja com os amigos na mesa de um café ou num evento na comunidade. Não faz cara feia nem torce o nariz, e marca presença sem salamaleques.
Conheço-o sobretudo desde meados da década de 1980 quando esteve quase a vencer as eleições autárquicas, pelo CDS, e que acabou por fazer parte da Junta de coligação com o PSD, ao lado de Manuel Alves e do meu sogro, Germano Gonçalves. Soube adaptar-se e no geral apesar das condicionantes, fez um trabalho meritório embora nestas coisas nem sempre quem trabalhe de forma dedicada receba os louros ou reconhecimentos. No geral, é precisamente o contrário. Mas respeitou e creio que foi respeitado.
Quando casei, em 1988, participou no meu casamento, não convidado por mim, já que então não me era chegado, mas pelo meu sogro, porque se respeitavam enquanto amigos e colegas de Junta e por isso tenho disso uma boa e feliz memória.
Posto isto, O Sr. Inácio desculpar-me-á este atrevimento de falar dele publicamente, mas faço-o com à vontade porque tenho naturalmente por ele, estima, simpatia e consideração.
Seja pois um feliz aniversário e que venham mais e bons e sempre com a boa disposição, saúde e vontade de viver e conviver. Afinal a vida também se pinta com tintas de alegria, amizade e boa disposição.
Bem haja, Sr. Inácio
23 de julho de 2022
Recolha de Sangue no Centro Cívico - Resultados de 23 de Julho de 2022
O Centro Cívico do Centro Social S. Mamede de Guisande acolheu hoje, 23 de Julho de 2022, mais uma jornada de recolha de sangue. Entre as 09:00 e as 13:00 horas compareceram 44 pessoas das quais foram efectivadas 41 dádivas.
Como curiosidade e comparativamente, no ano passado, em 29 de Julho, o número de presenças foi igualmente de 44 sendo que com menos colheitas, no caso, 35.
Longe dos números de outros tempos, continuam, todavia, a ser preciosas estas dádivas.
Parabéns a quantos puderam e quiseram doar! Parabéns também ao Centro Cívico e à equipa que tornou possível a organização e apoio ao pessoal do IPS. Bem hajam!
4 de agosto de 2020
20 anos
9 de janeiro de 2019
Roupa nova
31 de outubro de 2018
39
Quanto ao futuro, é imprevisível porque para além da situação presente as expectativas não são de facto as melhores e o contexto de uma União de Freguesias centralizadora e sem sensibilidade para as questões identitárias, só veio piorar a situação mesmo quando em teoria seria para melhorar.
Para além disso, cada vez mais se nota um desligamento das pessoas aos actos de cidadania inerentes a uma sociedade e comunidade e poucos são os que pretendem investir o seu tempo e muitas vezes o seu dinheiro em dinâmicas associativas que na maior parte das vezes são desvalorizadas, desconsideradas e até mesmo criticadas, o que é duplamente penalizador para quem tem a ousadia de se integrar num qualquer grupo associativo a favor da comunidade. É que, infelizmente, em Guisande ainda há muitos que pouco ou nada fazem mas muito criticam. E pior do que isso, nem fazem nem deixam fazer e minam mesmo o trabalho, esforço e dedicação de quem se aplica. Mas, mesmo que eventualmente pintada com cores pessimistas, em grande medida é esta a nossa realidade e temos que saber viver com ela e esperar que das novas gerações surja a curto prazo um envolvimento e interesse pelas coisas da sua terra, o que, diga-se, não é muito expectável.
22 de outubro de 2018
Guisande - Fotografia aérea
Pelo menos tapem os buracos
De facto, não querendo pedir muito a quem tem o poder da decisão, pelo menos tapem os buracos. Se a tarefa for complicada, pelo menos os mais granditos.
28 de setembro de 2018
Olha o passarinho...
27 de setembro de 2018
E a mocidade de Guisande foi à praia
24 de setembro de 2018
Obras de requalificação no edifício de habitação social de Guisande
23 de setembro de 2018
Depois da festa a limpeza ficaria bem
19 de setembro de 2018
José Coelho, que também é Gomes de Almeida
Quem não conhece o Zé Coelho? Pois bem, está hoje de parabéns. 92 anos feitos, porque quis o destino que nascesse no dia 19 de Setembro de 1926. Será já dos homens mais velhos da freguesia de Guisande.
Nasci no ano de 1926
No dia 19 de Setembro.
Aqui conto minhas histórias,
De todas elas eu me lembro.
Minha terra é Guisande,
De Santa Maria da Feira,
Meu amor por ela é grande,
Será assim a vida inteira.
Com sete anos de idade
Comecei a ir para a escola,
E desde aí fui crescendo
Ganhando juízo na tola.
É para as queridas crianças
Que vou contar a minha história,
Recordar meus velhos tempos
Que tenho gravados na memória.
Eram tempos bem difíceis
Diferentes do que tendes agora,
Para a escola ia-mos a pé
E a pé vínhamos embora.
Não havia autocarros
Nem estradas alcatroadas,
Caminhávamos só por quelhas
Velhas, sujas e apertadas.
Só existiam três carros
Aqui, na minha freguesia,
Hoje há casas com dois e três,
O que não falta é burguesia.
Findado o tempo de escola
Logo comecei a trabalhar,
Mas procurando novos rumos
A África fui parar.
Foi em Outubro de 1954
Que para Angola emigrei,
Das dificuldades desse tempo
Vou contar-vos o que passei.
Foi Angola a escolhida,
Por ter língua igual,
Assim aprendi na escola,
Angola também era Portugal.
Passei por grandes dificuldades,
Algumas delas vou contar,
Pois não arranjava trabalho
E o dinheiro estava a acabar.
Só ao fim de alguns meses
Consegui o primeiro emprego,
Ali trabalhei vários anos
Com vontade, força e apego.
Era uma fábrica de cerveja,
E Cuca se chamava,
Bebida loura e fresquinha,
A muitos a sede matava.
Assim fui vencendo na vida
E muita coisa melhorou,
Mas foram tempos difíceis,
Comi o pão que o “diabo amassou”.
Durante o dia trabalhava
Só à noite fazia a comida,
Que guardava para o outro dia.
Assim era a minha vida.
Até a pobre roupa
Era eu quem lavava,
Como o clima era quente
Pela noite ela secava.
Assim trabalhei oito anos
Com amor e dedicação,
Mas ao fim desse tempo
Sofri nova desilusão.
Comecei de novo a sofrer
E a perder já a ilusão,
Pois em Angola rebentara
A chamada revolução.
Dez anos tinham passado,
A Portugal tive de voltar.
Angola estava em guerra
E era perigoso lá continuar.
Em Portugal passei dois anos
Sempre na vida a lutar,
Mas com saudades de África
Desejava regressar.
Foi para a África de Sul
Que desta vez emigrei,
E assim com outra história,
Vou contar-vos o que passei.
Facilmente arranjei trabalho,
Era coisa que lá não faltava,
Mas tinha outro problema
Era o inglês que não falava.
Todo o dia trabalhava
Mas à noite ia para a escola
Aprender a língua inglesa
E encaixá-la bem na tola.
Até para ir ao mercado
Comprar o que precisava,
Como não sabia falar inglês
Nem o dinheiro contava.
Assim fui aprendendo
Mas tudo um pouco custou,
É para vós saberdes, meninos,
O que o emigrante passou.
Trabalhando e estudando
Muita coisa aprendi,
Hoje, com meus oitenta anos,
Estou feliz por chegar aqui.
Meus dois filhos estão na África
E eu por cá, vivo sozinho.
É triste a solidão,
Mas Portugal é que é meu ninho.
Hoje tenho meus pensamentos
Em África e em Portugal,
Mas Portugal é minha terra,
17 de setembro de 2018
Residência Paroquial de S. Mamede de Guisande
Neste contexto, mesmo que assente em presunção, tudo indica que o Rev. Joaquim Esteves Loureiro foi apenas o representante legal do Paço no acto da venda.
Em concreto não conseguimos apurar quem seria este Reverendo Joaquim Esteves Loureiro, mencionado na acta, a quem o Padre Abel Alves de Pinho fez a venda da residência, mas como disse atrás, poderia ser o representante do Paço na outorga da escritura.
Depois de algumas pesquisas, ainda que não conclusivas, descobri que na Diocese do Porto existiu na mesma época um Pe. Joaquim Esteves Loureiro que entre outros cargos, foi pároco da paróquia de Ramalde, no Porto e Director da Irmandade dos Clérigos, na mesma cidade, nomeado para tal em 26 de Outubro de 1928. Terá sido ordenado em 12 de Novembro de 1911 pelo Bispo D. António José de Sousa Barroso (entre 1899-1918).
Tratando-se ainda da mesma pessoa, porque são várias as coincidências, o nome, o ser padre, ser do Porto e ter vivido pela mesma época, este Pe. Loureiro foi ainda Director do Jornal "Voz do Pastor", um semanário da Diocese do Porto, fundado pelo Bispo D. António Barbosa Leão (entre 1919-1929), que foi publicado entre 13 de Fevereiro de 1921 e 27 de Dezembro de 1969.
É pois, muito plausível que este Reverendo Joaquim Esteves Loureiro tivesse especiais funções no Paço a ponto de poder ter sido o representante do mesmo na tal escritura de venda da residência paroquial de Guisande, em 11 de Outubro de 1923. Mas é ainda um assunto pendente e a confirmar.
Para edificar de raiz um edifício com as dimensões e qualidade do mesmo, teria, naturalmente, que ser pessoa de posses e com expectativa de ficar em Guisande muitos anos, o que de resto não aconteceu, pois por cá paroquiou apenas dezasseis anos, de 1907 a 1923. Seja como for, quase duas décadas.
Para a história da freguesia e paróquia de Guisande fica a memória da sua prestação como pároco, secretário da Junta Paroquial e como benemérito ao vender a sua propriedade com a obrigação de passar a ser a residência dos párocos de Guisande, o que aconteceu até ao falecimento do pároco Padre Francisco Gomes de Oliveira, em 8 de Maio de 1998, deixando, desde então, de ter funções de residência.
Conforme se diz na introdução deste artigo, há agora a intenção do actual pároco, Pe. Arnaldo Farinha, de fazer obras interiores, adequando o edifício a características de habitabilidade de acordo com os modernos padrões e ali ficar a residir.
Esta questão, a das eventuais obras, é assunto que naturalmente não importa ao presente artigo.
Actualizações:
Nota 1: Na data em que actualizamos este artigo, o Pe. Arnaldo Farinha já cessou funções de pároco da freguesia de Guisande, tendo em seu lugar tomado posse em 03 de Outubro de 2021, o Pe. António Jorge Correia de Oliveira, que assume igualmente a paroquialidade das freguesias de Caldas de S. Jorge e Pigeiros.
30 de agosto de 2018
Monte do Viso - Uma sala à espera de dignidade
Nada de mais, se tivermos em conta que este tipo de eventos já se generalizou em muitas das freguesias do concelho e são importantes como mostra do dinamismo do tecido associativo de qualquer terra. Sendo a nossa União uma das maiores freguesias do concelho, será natural e óbvio que tenha uma realização destas. De surpreendente, que apenas seja a primeira edição e que se realize no Monte do Viso.
Por outro lado, ainda em tempo, propus o alargamento da Rua de Santo António, na parte nascente do arraial, tendo obtido a concordância dos proprietários confinantes, que entregaram os documentos para a elaboração do protocolo, mas até ao momento o assunto terá sido adiado ou mesmo abandonado, o que naturalmente se lamenta face à importância do melhoramento. Mas continuo esperançado que haja um assomo de lucidez e o melhoramento se faça até ao final do mandato.
Pese tudo isto, acredito, ainda há tempo de se fazer importantes obras no parque do Monte do Viso e envolvente, e não faltará onde (envolvente da capela, requalificação da zona de merendas, passeios, pavimento da rua, limpeza do lago, pintura do coreto, etc), mas até ao momento o mesmo tem sido desconsiderado, de resto como toda a freguesia. Não há como negá-lo porque de obras ou melhoramentos não há registos.
É, pois, o Monte do Viso, uma sala de visitas que continua à espera de obras e que com elas possa ter alguma dignidade condizente com a importância do local para Guisande e mesmo para a União.
30 de julho de 2018
Festa do Viso - O passado é lá atrás
Já chegara no início da semana a pista de carrinhos de choque. A custo, os camiões lá subiram a rampa do Monte do Viso e despejaram à sombra das acácias e do velho sobreiro todas as peças desse puzzle que, montadas uma a uma à força de braço, dariam lugar a uma espécie de tenda de circo onde o palco era uma pista de asfalto de chapa metálica, sem princípio nem fim, nivelada numa estrutura de barrotes e pranchas de madeira. O carrinho número 1, branco, que todos queriam pilotar, porque dizia-se ser o mais rápido, lá estava pronto a “faiscar” num cenário kitsch adornado com pinturas reluzentes de animais e paisagens.
Por esses tempos não havia dinheiro para mais folguedos musicais e os “pimbas” ainda estavam para nascer. Mesmo quando por ali passou a Ana Malhoa e a a Filipa Lemos (dos Santamaria) eram ainda crianças em início de carreira.
É verdade que a génese da nossa festa, a religiosa, está ainda quase intacta, porque a mais genuína, mas a componente popular, à imagem de quase todas as festas e romarias da zona, há muito que deram lugar a manifestações incaracterísticas onde o sucesso das mesmas se mede pelas figuras e figurões dos cartazes musicais e do nome ou prestígio da pimbalhada. Os aspectos puramente tradicionais foram perdendo muito da sua autenticidade e terminarão quase definitivamente com o desaparecer das gerações mais antigas.