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4 de novembro de 2024

Por enquanto isto não é um emprego


Há dias questionou-me alguém de consideração, de que há algumas situações ou eventos na freguesia a que nem sempre dou notícia ou destaque aqui nesta página ou mesmo nas minhas redes sociais, nomeadamente no grupo privado "Guisande: Ontem e hoje". E gostaria essa pessoa que sim, pois é assíduo leitor e como se costuma dizer, não perde uma.

Ora eu fico satisfeito com esse interesse e sei que apesar de ter por cá leitores assíduos e interessados, e que assim justificam as centenas de visitas diárias, este espaço será porventura mais apreciado e seguido na nossa comunidade emigrante do que propriamente cá pela terra. Por lá eles leem com interessse e saudade; por cá, quase sempre por curiosidade e não raras vezes para saber qual a parte do lombo onde doi mais para melhor aplicar as alfinetadas, e não é para tratamento e bem estar como com as agulhas na acupuntura. Adiante, pois sei do que a casa gasta!

Não obstante, e tal como respondi a esse fiel leitor e seguidor, esclareço, por via de dúvidas, que este espaço é pessoal e não é nenhum jornal nem uma estação de rádio nem o seu autor tem responsabilidades de publicar tudo o que se passa e acontece, de positivo ou nem por isso. Por enquanto isto não é um emprego nem um arquivo. Não tenho, pois, nenhuma ou qualquer obrigação. Por isso publico o que quero, quando quero, como quero e quando posso e se muitas vezes não dou destaque a uma ou outra coisa, pode nem ser por algum motivo especial ou desinteresse  mas somente por esquecimento, desmazelo, até preguiça, ou porque entendo que não é relevante assim a ponto de merecer destaque. Além do mais, algumas dessas situações já são partilhadas nas redes sociais até à exaustão pelo que republicar ou repartilhar seria apenas chover no molhado.

Assim sendo, reitero que este é um espaço pessoal e por isso sem qualquer responsabilidade de outra natureza. Não tenho obrigações com quer quer seja, nem comigo próprio. Obrigações tenho-as no meu emprego porque é suposto que o patrão me pague, pelo que é do trabalho e do correspondente ordenado que procuro viver.

Em resumo, este espaço, bem como os espaços nas redes sociais, nomeadamente no Facebook, é pessoal e não rola por conta de alguém que não apenas pela minha vontade e disponibilidade. Quem quiser mais, que compre o jornal, ouça a rádio e veja a televisão.

Por aqui vai-se fazendo o que se pode! 

30 de março de 2024

Compensações pascais

 




Declaração de interesses: Partilha do interesse de apenas dois ou três amigos. Os demais que não liguem. Nada de mais, apenas as compensações para os excessos do pão-de-ló e das amêndoas nesta Páscoa. 
Corridas de ontem (11,97 Km) e de hoje (8,06 Km). A somar à corrida de hoje um misto de caminhada e corrida com mais 3 Km,  junto ao rio Uíma na descoberta da sua cabeceira, na zona dos Valos-Romariz.

Mas foi missão impossível porque a zona a cerca de 50 a 100 metros da sua cabeceira está infestada de silvas e carrascos, intransponível. Infelizmente neste concelho gasta-se muita numa certa centralidade e a lateralidade continua isso mesmo, à margem. Mas sim, seria interessante efectuar a limpeza nas suas margens até à nascente e de modo a ser possível percorrer em trilho.. 
Também ali do lado nascente, junto ao campo de futebol de Romariz, e relativamente próximo do rio, um grande movimento de terras com aterro. Terá licenciamento? Perguntas difíceis em véspera de Páscoa?








16 de março de 2024

Partiu o Chico

O meu gato, de que aqui há poucos dias dei conta de não aparecer em casa, como lhe  era habitual, encontrei-o hoje, morto, na valeta, com todos os sinais de ter sido envenenado.

Não longe de casa. Naturalmente não sei quem para isso contribuiu, nem quero saber, porque a quem foi não lhe perdoarei. Não é próprio de cristão, mas por ora, com este sentimento de alguma raiva e frustração por ver um animal tão bonito e delicado, com menos de dois anos de vida, resgatado à nascença de uma morte certa por abandono da mãe, morrer assim, custa e dói.

Mas é assim a vida dos animais e dos gatos e o preço de ser livre tem custos, como este. Ainda há dias, já na procura, por indicação de alguém, a que volto a agradecer, ali no lugar de Azevedo no limite com Guisande, também um outro gato morto, parecido nas cores, mas que não era o meu.

Já está sepultado o Chico, ao lado de outros, da Chica, da Lira e do Pança, à sombra da laranjeira e de touças de cidreira e loureiro.

Preferia que estivesse vivo, mesmo que roubado por alguém, mas a morte por vezes é retemperadora porque mesmo que dolorosa encerra a dor maior que é a angústia e a dúvida sobre alguém que não sabemos onde pára, onde está, com quem, se morreu e em que circunstância. Isto para um animal de estimação, mas obviamente que com todo o sentido sobre uma pessoa, e por isso percebe-se a angústia de um pai ou uma mãe que vê um filho ou filha desaparecer sem lhe saber o rasto e destino.

Já descansa o Chico, em paz. Não teve sete vidas como dizem que têm os gatos, e a que teve foi curta mas feliz. Podia durar, pois podia, mas o seu instinto de gato queria andar por fora e ser livre. Foi-o!

O meu agradecimento aos poucos que no Facebook se preocuparam com o assunto e partilharam. Bem hajam! A maioria já não liga a estas coisas e apenas as boçalidades e banalidades têm eco. É o que é e de uma laranjeira não se pode esperar que produza azeitonas.

1 de março de 2024

Os meus livros no catálogo da Biblioteca Nacional Portuguesa


Link

Flores e pedras


Como alguns saberão, mantenho há quase 24 anos este meu espaço online "Eu e a minha aldeia de Guisande" onde, como consta da introdução, é "um espaço de olhares sobre a minha freguesia e partilha de coisas pessoais e impessoais".

Como tudo tem um fim, há alturas em que me dá uma vontade de pausar o projecto ou mesmo desligar as máquinas. Mas logo de seguida, principalmente quando verifico as estatísticas e vejo que na maior parte dos dias são pelo menos 500 visitas diárias, sinto um quase dever de lhe alimentar a continuidade, porque num contexto local é um número interessante de gente interessada.

Não é só pelas minhas coisas mais pessoais, como histórias, fotografias e poemas, abafos e desabafos, mas também e sobretudo pelas coisas que contam para a comunidade local, bem como  para os emigrantes dos quais vou tendo eco de que seguem sempre com atenção e interesse o que vou publicando. Muitas dessas visitas são deles.

Mas isto tem custos, não de tempo nem de dinheiro, que pouco contam, mas de exposição e escrutínio, porque entre leitores interessados e que vão transmitindo incentivos, há quem sub-repticiamente, escrutine, anote e faça disso pedras que não hesitará em atirar na primeira oportunidade. Não que isso me preocupe, porque esses vêm de carrinho, mas também é certo que não contribuiem para o alento que toda a empreitada pró bono precisa.

Posto isto, agrada-me verificar que o espaço continua com um muito interessante número de diário de visitas, com oscilações, pois claro, mas não raras vezes entre os 500 e um milhar que por aqui passam.

Neste contexto, entre flores e pedras, vai continuando, pelo menos a caminho dos 25 anos. Quem sabe se então a não a merecer uma festinha discreta das bodas de prata. Quem sabe...

11 de janeiro de 2024

Rua da Leira às escuras e cerejas

 


Noutros tempos, antes da razia feita às freguesias, havia a tal proximidade dos eleitos aos eleitores e estas coisas eram detectadas com tempo e reportadas a quem de direito. Mas para isso é preciso sentido de serviço e dar umas voltas pelo território, mesmo à noite, quiçá a perder tempo, gastar gasolina e fazer telefonemas. Por agora as modas são outras e quem quiser cerejas tem que subir à cerejeira.

Assim sendo, à falta de certas coisas, e de cerejas, informei eu próprio a E-Redes, de que em Guisande,  o troço da Rua da Leira, a partir do entroncamento com a Rua da Ramada, até ao ao limite de Guisande com o lugar de Azevedo - Caldas de S. Jorge, que interliga à Rua da Arroteia, está sem luz pública desde há várias semanas.

Já agora, no Google Maps parte desse troço da Rua da Leira aparece como Rua da Arroteia, o que está incorrecto porque ali aqueles primeiras casas ainda são em território de Guisande e não do lugar de Azevedo, mas isso são outras histórias.

Quanto à iluminação pública, vamos aguardar que a reposição seja efectuada. Para já, às escuras.


1 de janeiro de 2024

Ano novo


Dia de novo ano,

O primeiro de quantos faltar,

O princípio do fim,

O começo do resto.

Do passado ufano

Pouco adianta dele contar

O que fez por mim,

Porque ténue, funesto.


Assim correm os dias,

Os meses e os anos:

Alegres, em correrias,

Relevando desenganos.

30 de dezembro de 2023

Mini Trail do Bolo-Rei

 


Mini-Trail do Bolo-Rei. Classificação: Geral: 1.º e último. Escalão M60: 1.º e último.

24 de dezembro de 2023

Trail do Leite Creme - 1.º e último

 

Trail do Leite Creme. Classificação: Geral: 1.º e último. Escalão M60: 1.º e último.

16 de dezembro de 2023

Trail da Aletria - 1.º e último

 



Trail da Aletria. Classificação: Geral: 1.º e último. Escalão M60: 1.º e último.

Uma bombástica e épica prova que me fez levantar o ego, o pénis e a auto-estima. Uau! Awsome! E baratinho, sem consumo de água, nem de powerades, redbulls,  de géis, de gelatinas, de barritas ou de suplementos xpto à campeão.

Fora de brincadeiras, e publico isto só para dois ou três amigos, porque quem andou não tem para andar, foi um treino solitário e esforçado numa bonita manhã de sábado. Amanhã sai a bicicleta!

4 de dezembro de 2023

Livros, tempo e vontade


Estou em falha para comigo e para com os meus leitores, na publicação do livro de apontamentos monográficos sobre a freguesia de Guisande, que havia perspectivado para a primeira metade deste ano que está quase a terminar. Razões? Várias, mas sobretudo por alguma preguiça, porque no essencial tenho quase todo o conteudo que quero incluir e mesmo em quantidade que daria para um segundo volume. O principal trabalho prende-se com a paginação e correcção ortográfica já que não tenho dinheiro que me permita dispensar esse serviço e pagá-lo à editora.

Por outro lado, e sabendo que até é possível uma candidatura ao programa de apoio cultural da Câmara Municipal, o mesmo ainda está bastante burocratizado e por isso desmotivante. Creio e  parece-me, que neste tipo de situação, publicação de livros, os mesmos poderiam ser apoiados já depois de publicados, mesmo que mediante uma análise qualificada ao seu eventual interesse cultural e importância. Mas isto é apenas uma opinião e de resto a minha vontade de publicar não dependerá de qualquer apoio monetário, prévio ou à posteriori. De resto assim foi com os meus dois livros já publicados em que não recebi um cêntimo que fosse da Câmara Municipal. Além do mais, foi manifestada a vontade de apoio o meu livro infantil com a aquisição de 50 exemplares para a rede pública da Biblioteca Municipal mas tal nunca se concretizou. Nem o espero, diga-se.

Posto isto, serve este apontamento para dizer, até porque o têm perguntado, que a intenção mantém-se mas para já sem data definida. Eventualmente para o próximo ano. A ver vamos se reúno vontade e tempo de finalizar a parte editorial, paginação, correcção, estudo de capa, etc porque no que toca a investimento e gastos terá que ser, naturalmente, à minha custa. Em todo o caso, ao dar mais algum tempo à coisa até permite-me amadurecer e melhorar um ou outro assunto a incluir no livro e há sempre coisas novas e interessantes a surgirem e que será importante incluir.

Para além deste livro de apontamentos monográficos, há ainda a vontade de publicar um segundo livro de poemas, pequenos contos e outros textos, que até poderá acontecer ser publicado antes. A ver vamos!

18 de novembro de 2023

Treino matinal 18112023

 


Vale o que vale, até ao Vale. Um treino matinal por Guisande, Caldas de S. Jorge, Louredo e Vale.

4 de novembro de 2023

Treinito matinal 04112023 - Rio Uíma

 

Treinito matinal. Objectivo: Ir a Pigeiros e fotografar o rio Uíma no lugar da Várzea. Caudal bem cheio. Regresso pelo caminho dos Corgos, bem encharcado. Como diz o LB, "...é assim que a malta gosta!"























1 de novembro de 2023

Sessenta mais um

O que pode um homem escrever no dia do seu próprio aniversário? Tantas e tantas coisas, mas já de tanta experiência a fazer anos, já pouco importa o que escrever. Há um ano, a dobrar o cabo dos sessentas, fiquei-me por um poema, que a seguir relembro. Por conseguinte, é mais uma onda a rebentar na praia e cada vez mais, mansa e a espumar-se. Talvez já não valha a pena ter ondas à moda de Peniche, enormes, alterosas, como que ainda com toda a praia por sua conta onde rebentar. A esta altura da caminhada, uma onda tépida, macia, a massajar os pés, é quanto basta.

Seja como for, escreva-se o que se escrever, com mais ou menos filosofias, mesmo na forma de um poema, no fim de contas tudo se resume a elas, às contas. Mas, felizmente, ainda bem, a quantos anos chegaremos é uma dúvida que de algum modo nos aguenta. Os muitos que ao longo da história não resistiram à dúvida, determinaram eles o desfecho. Mas, porra, ainda não sou um Camilo, um Antero ou uma Florbela! 

Haja caminho para se caminhar e vida para se viver!


Eis-me aqui, sereno, nos sessenta,

Se é que nisso haja importância;

Não mais que onda que arrebenta

Na dura costa da irrelevância.


Deixe-se, pois, que o mar do tempo

Se debata até que a falésia caia;

Virá depois, manso, em contratempo,

A espumar-se, sereno, na praia

7 de outubro de 2023

Centenário - Ti Neca do Viso


Manuel Joaquim Gomes de Almeida, ou familiarmente o Ti Neca do Viso, completa 100 anos de vida neste dia 7 de Outubro de 2023. Detém desde há vários anos, o estatuto de ser o homem mais velho da nossa freguesia de Guisande. É meu tio, irmão do meu pai.

Nasceu, pois, no mesmo dia e mês do ano de 1923 em Cimo de Vila, naquele casarão mesmo por detrás da capela do Viso.


Certidão de nascimento/baptismo

É filho de Joaquim Gomes de Almeida, nascido em 27 de Abril de 1885 e falecido em 23 de Dezembro de 1965) e de Maria da Luz , nascida em 18 de Novembro de 1890 e falecida em 1967.

Pelo lado de seu pai é neto de Raimundo Gomes de Almeida, nascido a 19 de Janeiro de 1849 e falecido em 10 de Dezembro de 1905, e de Delfina Gomes de Oliveira (esta de Casal do Monte - Romariz), nascida em 19 de Julho de 1859 e falecida em 15 de Fevereiro de 1934. Pelo lado de sua mãe é neto de José Joaquim Gomes de Almeida e de Maria da Conceição de Jesus. 

Pelo lado de sua mãe é neto de Domingos José Gomes de Almeida (falecido em 1894)  e de Joaquina Rosa de Oliveira (falecida em 1884). Pelo lado de sua mãe é bisneto de António Joaquim Gomes de Almeida e Joaquina Antónia de Jesus.

Pelo lado da sua avó paterna, é bisneto de António José de Oliveira e Maria Joana Rodrigues e de Manuel José Rodrigues e de Maria Rosa.

Pelo lado do seu pai é trineto de Domingos José Francisco de Almeida e de Maria Felizarda de São José Gomes Loureiro. Ainda pelo lado se seu pai e tetraneto de Domingos Francisco de Almeida Vasconcelos e de Clara Angélica Rosa, (estes de Mafamude-Vila Nova de Gaia) e pentaneto de Manuel Francisco da Trindade e de Maria de Almeida (estes da cidade do Porto).

Pela ramificação familiar acima descrita, percebe-se que tanto pelo lado do pai como da mãe tinha antepassados comuns. Por conseguinte, os seus pais eram primos em grau afastado. Ou seja, os bisavôs de meu Tio Neca, tanto pelo lado do pai como da mãe eram irmãos (Domingos José Gomes de Almeida, nascido em 22 de Março de 1813,  e António Joaquim Gomes de Almeida, nascido em 1820).

O meu Tio Neca teve vários irmãos, sendo ainda viva a Laurinda, a mais nova da prole, também a caminho dos 100 anos. Já partiram a Delfina, o José, o António (meu pai), o Joaquim José e a Maria Celeste.

Houve ainda uma primeira Laurinda que faleceu pouco depois do nascimento.

Foi seu padrinho de baptismo o Sr. Manuel Moreira da Costa, da casa Moreira do lugar de Trás-da-Igreja (Igreja), de quem dizia que uma vez recebeu de prenda uma pata. Foi sua madrinha Josefina Gomes de Oliveira, do lugar do Viso.


Os pais do meu tio Neca (meus avôs paternos), Joaquim Gomes de Almeida e Maria da Luz.



Não sabemos quantos mais anos tem Deus reservados para o meu Tio Neca. Serão os que forem. Para já encontra-se bem, no Lar da Misericórdia, em Arouca, estando bem tratado e cuidado. Sempre alegre, risonho, a brincar com o sobrinho Adérito o qual desde há anos é o seu principal companheiro, seu ajudante e em grande medida cuidador. Sempre bem disposto embora já com a memória por vezes a dar sinais da longa idade, mas no geral, mesmo que com os naturais problemas de mobilidade, ainda bem de saúde. Que Deus o conserve por mais anos se for essa a Sua vontade!

Ainda hoje, depois do almoço, alguns de nós contaremos estar com ele em Arouca para com um bolo celebrarmos o centenário.

18 de setembro de 2023

Notas genealógicas - Porquê?



A propósito das notas de genealogia que tenho por aqui publicado sobre algumas famílias em Guisande e suas interligações, incluindo dos vários ramos da minha família paterna e materna, alguém me perguntou o porquê e qual o interesse. 

Pois bem, antes de tudo, um mero interesse documental e para memória futura, espero. Também procurar perceber as ramificações das famílias e como elas, ao fim e ao cabo, são a teia com que se tece a nossa comunidade. Finalmente, e não menos importante, interessa-me conhecer as pessoas da minha família mas também da minha comunidade. Um pessoa para se conhecer a si própria tem que conhecer as suas origens.

Bem sei que na actualidade, a maior parte dos que andamos por cá, e sobretudo os mais novos, para além dos pais, conhecem ou conheceram os seus avôs, paternos e maternos, mas já dificilmente os seus bisavôs. Pessolamente dos meus bisavôs, pais dos meus avôs, apenas conheci a bisavô materna Margarida, mãe do meu avô materno, Américo José da Fonseca. 

Por conseguinte, se a coisa já é assim difícil ao nível do conhecimento dos nossos avôs e ainda mais difícil quanto aos bisavôs, naturalmente que esse desconhecimento, mesmo que meramente documental se torna mais denso quanto mais se recua no tempo, porque os documentos onde é possível pesquisar e procurar dados nos diferentes arquivos, nos velhos registos e assentos de nascimentos, casamentos e óbitos, são escassos, de difícil acesso e com baixa qualidade de leitura porque em suportes deteriorados pelo tempo e incúria no seu manuseamento e conservação e ainda por caligrafias e ortografias quase sempre difíceis de decifrar.

Em resumo, as notas que tenho publicado e espero continuar por aqui a partilhar, não têm outras pretensões para além de serem  meros apontamentos e início de pontas de intrincados novelos que depois outros, ou familiares interessados, eventualmente poderão deslindar. Mas mesmo que procurando ir até ao nível dos nossos bisavôs, ou trisavôs, eventualmente tetravós, recuar pelo séc. XIX ou até a meados do séc. XVIII, parece-me que já não é mau e já dá pano para muitas mangas Mas claro que isso obriga a tempo e paciência, coisa que ainda não tenho, pelo que, para já, estes apontamentos que vou produzindo sem nenhuma ordem especial, são meramente curiosidades superficiais.

2 de setembro de 2023

Guelras sem sangue

Algumas das notícias deste Sábado, JN e RTP, dizem que as dádivas de sangue em Portugal continuam a diminuir apesar dos apelos. Em dez anos, entre 2012 e 2022, foram quase menos cinquenta mil os dadores. Por sua vez, os dadores são cada vez menos e mais velhos.

Tenho para mim que estas notícias têm o mesmo efeito de surpresa de alguém que por um elaborado estudo científico e matemático nos vier dizer que a soma de 2 +2 é 4.

Esta constatação adivinhava-se há vários anos, principalmente quando os governantes desrespeitaram no seu todo os dadores benévolos, ao cortar nos já poucos incentivos e privilégios. Mais tarde vieram tentar emendar o erro mas mesmo assim repondo apenas uns pózinhos, mas já sem resultado.

Veja-se o que aconteceu na nossa freguesia, em que de uma situação de várias dezenas de participantes, que, duas vezes ao ano, faziam fila para doar sangue, agora aparecem a conta-gotas, e na sua larga maioria adultos e, como eu, quase rés-vés campo de ourique no limite de idade, mesmo que já, desde Fevereiro de 1991, com quase meia centena de dádivas válidas. Há quase um ano que, esclarecido o histórico,  me prometeram a merecida medalha prateada correspondente às dádivas, mas a coisa ainda não chegou à caixa-de-correio. Mesmo para o reconhecimento do número de dádivas efectivas foi uma luta travada e o bater a muitas portas reclamando da injustiça e da falta de rigor no registo.

Perante estas desconsiderações, o que esperam os senhores que mandam nestas coisas?

Além do mais, os mais jovens, e também analisando por Guisande, sujeitam-se às picadelas de tatuagens em tudo quanto é centímetro de pele, mas mostram relutância por serem picados para doar sangue. Por outro lado, das 9 às 13 de sábado, na sua maioria ainda estão a dormir de ressaca.

É o que é e, mesmo sem generalizar, e passe algum sarcasmo, a coisa não anda longe desta realidade.

27 de agosto de 2023

Avançando


Sim, claro, ainda me lembro disso,

Mesmo que trinta e cinco passados;

Eu e tu, ali juntinhos, enlaçados,

Nesse sim ao amor, ao compromisso.


É prosseguir, porque só avançando,

Rumo ao destino, mesmo que incerto,

A cada passo ficaremos mais perto

E o caminho só se faz caminhando.


A.A. /P.G. -27-08-1988/27-08-2023

2 de agosto de 2023

Colheita


Na borda daquele caminho, além,

Num terrão que o sol beija todas as manhãs,

Há uma macieira, não sei se plantada por mão ou vento.


Mas, meu Deus, como sabe tão bem,

Quando no fim do Verão colho nela as maçãs,

Em ansiada canseira em dia e hora marcadas p´lo tempo.


Há frutos assim, que se desejam colher,

Como a chegada cansada ao fim de um trilho,

Ou se no ventre  lançada a semente na mulher,

Que germine pura e, no tempo, se colha um filho.


A.Almeida - 25072023

Um mundo ao contrário


Tenho um mundo todo meu, imaginário

Por onde vagueio absorto, dormente;

Tudo nele é estranho, ao contrário:

Nasce-se da terra, morre-se no ventre.


É de nuvens macias a casa onde moro,

Os regatos e os rios nascem no mar,

As fontes são olhos em eterno choro,

As flores têm lábios e sabem beijar.


Mas nesse mundo estranho, imperfeito,

Vives a meu lado nessa igual desarmonia,

A envolver-me como amante em seu leito 

À luz do sol, porque o luar só nasce de dia.


Tenho um mundo só meu, imaginário,

Por onde corro livre, sem destino;

Sou actor de uma peça sem cenário,

Onde nasci velho e morrerei menino.


A.Almeida - 01082023