6 de junho de 2018

A Chica partiu




A Chica partiu. Repousa agora ao fundo do quintal, entre moutas de cidreira e ervas de S. Roberto e à sombra dos loureiros. A chorá-la terá sempre um regato, lamuriento, que passa logo à beira, um pouco abaixo.
Fica o consolo de ter tido cá por casa (desde que, ali por volta de 2009/2010, apareceu pequenita - foto abaixo -, sem se saber de onde) quase uma década de anos bem vividos e felizes, nada lhe faltando, nem mesmo o esforço emocional e financeiro de ainda se poder fazer algo num final em que problemas de saúde se agravaram muito rapidamente. Possivelmente mazelas de três semanas em que desaparecida ou rapinada, deixou de aparecer por casa antes do último Natal. Já quando se tinham perdido as esperanças, entrou de rompante em casa, magra, debilitada e faminta. Recuperou, passou o Natal em casa e como de costume entrava no presépio pernoitando ao lado do burro e da vaca, certamente também a aconchegar o Menino Jesus, sempre frio na sua túnica de barro. Depois disso teve uma recaída mas novamente cuidados veterinários devolveram-na à rotina diária, sempre perto de casa.
Mas pronto, agora partiu, não sem surpresa pois ainda há poucos dias andava na sua rotina habitual. Como um familiar chegado, a Chica deixa saudades e uma mágoa de tristeza e vazio. Mesmo tentados a recordar os momentos e peripécias alegres de um já passado, as suas manchas pretas laterais que pareciam dois grandes olhos, o seu rabo preto a terminar num branco pom-pom, que agitava sempre que lhe chamávamos pelo nome, só agravam a tristeza.
Fica a saudade de uma gata, que até nunca foi de mimos ou de deixar passar a mão pelo pêlo. De algum modo de uma natureza algo selvagem e daí o ter sido sempre livre. Afinal, cumpriu o seu destino de gato. Dorme agora à sombra do loureiro que algumas vezes trepou sorrateira à cata de algum pardal distraído.
É certo que um animal não merecerá nunca mais feição e carinho que uma pessoa, mas também, principalmente quando ao longo de dez anos faz parte da casa e da família e vive e partilha os momentos bons e menos bons.

6 de Junho de 2018

4 de junho de 2018

Charadas, pensamentos e chapéus

1 - E lá se foi a salsa-burra. Está reposta a circulação nos dois sentidos. Mas há por aí mais passadiços.

2 - E é este um mês de Junho? O de outros tempos, recuando aí uns 30 ou 40 anos, morreria de vergonha.

3 - O progresso diz-nos que os caminhos passam a estradas. Ora quando as estradas, ou parte destas, passam a caminhos, algo está mal ou o conceito de progresso está invertido, como quem diz, de pernas-para-o-ar. Mas se há coisa que de pouco vale, é chover no molhado ou malhar em ferro frio, até porque, como alguém dizia, "ovelhas não são para mato". Ora há rebanhos dos quais não faz sentido fazer parte enquanto neles houver velhos carneiros que já não mudam hábitos, não fazendo nem deixando fazer, pastando apenas onde a erva lhes cheira a viçosa. Quando assim é, mais vale deixar de mansinho o redil e deixar entregue o mesmo à "carneirada", como saberia dizer o indefectível presidente do Sporting, Bruno de Carvalho, também ele um mestre em muitos ofícios e outras artes, incluindo a da autocracia. 

4 - Portugal, 2 - Tunísia, 2 ; Bélgica, 0 - Portugal, 0. A coisa promete. Afinal, no Europeu de 2016 a coisa foi mais ou menos por ali, tremida mas sem partir.

5 - O chapéu (vocábulo que deriva do francês antigo chapel, atual chapeau) é um item do vestuário, com inúmeros variantes, que tem a função principal de proteger ou enfeitar a cabeça.
Várias palavras estão relacionadas ao chapéu e seu uso, confecção e tipos. Chapeleiro é aquele que confecciona o chapéu, ao passo que a chapelaria é o local onde este é feito ou vendido. Já chapeleira é a caixa onde o mesmo é acondicionado. O hábito antigo de saudar alguém tirando-se o chapéu era denominado chapelada.
Nas casas, no comércio e em repartições públicas até meados do século XX o porta-chapéus era um móvel presente e indispensável - uma vez que as regras de etiqueta não permitiam o uso do adereço em lugares cobertos. [fonte: wikipédia]

2 de junho de 2018

Nota de falecimento


Faleceu António Henriques de Almeida - 86 anos. Vivia na Rua do Viso - Guisande.
Velório na Capela Mortuária de Guisande, na Segunda-Feira, dia 04 de Junho de 2018, com chegada do corpo às 10:00 horas. O funeral terá lugar no mesmo dia pelas 17:00 horas, com celebração de missa de corpo-presente, indo no final a sepultar em jazigo de família no cemitério local.
A missa de sétimo-dia ocorrerá na Sexta-Feira, dia 8 de Junho, pelas 18:30 horas

Sentidos sentimentos aos seus familiares, de modo particular à viúva, filha, genro e netos.

Na morte todos somos iguais, mas permitam-me que o diferencie pela sua fibra e genuinidade de pessoa ligada à terra, vivendo dela e para ela, que faziam do Ti António uma figura tão característica da nossa freguesia, mesmo que natural da freguesia vizinha de Louredo. Para a saudade e memória pessoal e colectiva, fica a sua figura ímpar agarrada à soga de uma parelha de bois e que tantas terras ajudou a lavrar e a arar.
Paz à sua alma! Que descanse em paz!

1 de junho de 2018

Guisande - Comunhão Solene - 2018



31 de Maio de 2018 - Dia de Corpo de Deus - Celebração da Comunhão Solene em Guisande.

Esta celebração religiosa e a festa a ela associada, continuam a marcar o calendário da nossa comunidade de S. Mamede de Guisande, mas obviamente sem o impacto e envolvência de outros tempos. Desde logo pelo número de crianças participantes, apenas seis, um enorme contraste quando comparado com o dia da minha Comunhão Solene, em 1973, por isso há 45 anos, em que entre rapazes e raparigas éramos mais ou menos sessenta almas em festa. É certo que por esses tempos esta celebração ocorria apenas de dois em dois anos, mas mesmo assim corresponderiam, em média, trinta crianças por ano. Uma enorme diferença, de facto, o que diz muito da tendência da nossa actual sociedade no que quanto à natalidade e suas causas diz respeito. Estas, as causas, porém, são contas de outro rosário e que para aqui não são chamadas. Apenas a constatação do enorme contraste entre ambas as realidades registadas em menos de meio século.

Para além da Missa Solene, da parte da manhã, a festividade contou com a reza do Terço ao final da tarde, seguindo-se a tradicional procissão solene que marchou até à capela do Viso, regressando à igreja matriz para o encerramento das cerimónias. A procissão foi acompanhada pela Banda Musical de S. Tiago de Lobão.

28 de maio de 2018

Erros que saem karius

Tivesse sido num jogo de amadores veteranos e a coisa já seria escandalosa. Mas não, aconteceu ao guarda-redes da equipa do Liverpool, o alemão Lorius Karius, e logo num jogo com a importância de uma final da Liga dos Campeões de Futebol frente ao Real Madrid.
O resultado, que deu a 13ª Taça dos Campeões à equipa espanhola, já todos sabem: 1-1 na normalidade e 3-1 se juntarmos dois erros incríveis e infantis do guardião dos "reds".
Ronaldo, esteve demasiado discreto e nem seu deu por ele. Figura do jogo, foi o galês Gareth Bale, com um magnífico golo de "bicicleta" que só não tem sido mais falado e extasiado porque não foi do rei Midas Ronaldo.
Pelo meio, o "mauzinho" do costume, Sérgio Ramos, com a maldade e impunidade habituais, tratou de despachar o egípcio Salah, o goleador do Liverpool, prendendo-lhe o braço que na queda teve um deslocamento do ombro, atirando-o para fora do jogo e de outros futuros jogos, estando em risco a sua participação no Mundial da Rússia. No final, cinicamente, Ramos deseja-lhe as rápidas melhoras. Sem Salah e com Karius, o jogo ficou resolvido. Olé! 
É futebol, mesmo que se diga que este, da Liga dos Campeões, é de outro nível. Na verdade...até os "frangos" a este nível são monumentais e servidos em dose dupla e decisiva.
Há erros que saem Karius.