O F.C. de Arouca está à 17ª jornada do Campeonato da II Divisão, chamado Liga 2, no último lugar de uma tabela de 18 clubes. Depois de um brilharete que o conduziu à 1ª Liga e por onde se aguentou durante quatro épocas, está agora numa posição difícil que a não inverter-se na 2ª volta da competição o empurrará para uma divisão inferior e com isso o regresso à normalidade de um clube de um concelho ainda muito interior e com baixa densidade populacional.
Mas o nosso C.D. Feirense, ainda na 1º Liga, não está melhor e se a 2ª volta da prova for mais do mesmo, a 2ª Liga é já ali ao dobrar da esquina. Não particularizando nem generalizando, este tipo de clubes muito suportados por apoios de empresários locais, quase numa lógica familiar, e de fortes investimentos, transparentes ou disfarçados das Câmaras Municipais, podem fazer uns brilharetes mais ou menos efémeros mas a normalidade tende a ser as divisões secundárias. De resto alguns clubes de grandes e médias cidades, e que já foram presença habitual nas principais provas do nosso futebol, andam por aí a amargurar em divisões inferiores, quiçá em campeonatos distritais. Exemplos como o F.C. Arouca e Tondela são excepções e condenados a curtos reinados.
Mas é apenas futebol e este há muito que deixou de ser e pertencer ao povo e nalguns casos aos clubes. Agora a lógica é a do dinheiro e dos interesses de investidores abrigados pelas SADs desaculturados da cultura geográfica e social das cidades e municípios onde têm sede. O futebol do povo, das sandes de couratos e porradas nos árbitros e algum amor às camisolas ainda pode residir nos distritais mas também esse já teve melhores dias no que a clubismo diz respeito.
Sinais dos tempos em que os interesses das massas andam por outros campos. Mas mesmo sem futebol na 1ª ou 2ª Ligas, Arouca terá sempre fortes motivos de visita. De resto, sendo visitante frequente, nunca lá fui arrastado pelo futebol. Um bom assado no forno, de vitela arouquesa foi sempre um futebol mais entusiasmante.