25 de agosto de 2019

Tempos....


Parabéns ao F.C. do Porto pela vitória de ontem frente ao Benfica. Não vi, mas pelo que dizem e escrevem, foi sem "espinhas" e , melhor do que isso, ou por isso, sem polémicas.

No futebol há tempo para ganhar, tempo para perder, tempo para estar ora por cima, ora por baixo, tempo para a alegria, para a tristeza e frustração. Há igualmente tempo para reconhecer o valor e mérito do adversário embora este seja escasso. 

Não deveria haver tempo para o confronto, para a desconsideração e para a falta de respeito com picardias e mesmo provocações gratuitas. 
Aquele ou aqueles que reconhecem os tempos adequados, são os que fazem jus ao conceito de desportista. Os demais, são meros arruaceiros,  que pouco ou nenhum respeito merecem, mesmo que fiquem contentes consigo próprios. Infelizmente, estes são cada vez mais e os outros cada vez menos. De resto, nem surpreende já que os maus exemplos vêm de cima, de quem deveria promover os bons. Ora quando assim é...

Seja como for, é apenas um jogo de futebol, mesmo que quem nisso veja apenas uma guerra de tronos e um caso de vida ou de morte.

23 de agosto de 2019

Sinais...do céu


Dizem que os céus nos transmitem sinais. Dizem, os antigos, que quando os céus começaram a ser riscados pelos vapores dos primeiros aviões a jacto, o povo, desinformado e supersticioso, atribuía àqueles traços brancos sobre as nuvens, sinais dos céus, quiçá dos deuses e enfiavam-se nas capelas e igrejas a rezar.

Seja como for, em plena época de informação e tecnologia, por vezes estes riscos aveludados sobre o céu azul, mesmo que vulgares, conjugam-se entre si ou com outros elementos da paisagem e dão que pensar a ponto de vermos nessas conjugações verdadeiros sinais. Certamente que meros acasos, mas que podem resultar em interessantes olhares, como este tendo como pano de fundo a capela de S. Pedro do Campo, em Tendais - Cinfães do Douro, em pleno Montemuro, erigida a 1136 m de altitude.

Cruzes, credo...


19 de agosto de 2019

Se uma é bom, duas bem bom...



O Ilustração Contemporânea Portuguesa é um projecto que" ...no âmbito da área de ilustração contemporânea portuguesa,apresenta-se com o objectivo de promover a descoberta e o conhecimento da ilustração como um expoente cultural português. Ao mesmo tempo, pretende também transmitir o papel e a importância que esta pode ter em várias áreas, como por exemplo, no design gráfico, publicidade, comunicação ou até mesmo em tecnologias e engenharia de interface e multimédia".

Entre outras vertentes, promove desde há algum tempo concursos de ilustração relacionados a diversos temas.
Um pouco na desportiva, participei também nos últimos dois concursos e, para minha natural satisfação, vi os meus trabalhos premiados e com direito ao pódio. No tema "Opostos" o júri atribui o 3º lugar (imagem em baixo) e agora no tema "Folia", a minha ilustração obteve o 2º lugar (imagem em cima), numa alusão às festas populares simbolizadas pelo S. João no Porto.

Não será nada de mais, pois não, e vale o que vale, mas ter esta distinção com direito a bis, num projecto significativo e com muitos participantes licenciados e com percurso nas artes plásticas e de modo particular na ilustração, convenhamos que não deixa de ser enriquecedor para um simples autodidacta.

Naturalmente que este duplo prémio é um incentivo a pelo menos rabiscar mais. Claro que só damos valor ao que é de fora, pelo que vou continuar na sombra deste cantinho. A rabiscar, enquanto houver inspiração.

18 de agosto de 2019

Isaac, o patriarca das farturas







A Festa em Honra de Nossa Senhora da Piedade em Canedo, é seguramente uma das maiores festas de arraial do concelho de Santa Maria da Feira, mesmo até entre os concelhos vizinhos.

Tradição e devoção à parte, porque todas as terras têm as suas e o seus valores não se medem pelo aparato profano  ou mesmo pelo número de andores e de cavalos na procissão, mas sem dúvida que é uma das grandes romarias da região, com povo em quantidade, velhos e novos, barulho, diversão, barracas de tudo e mais alguma coisa, barracas de churros e farturas com fartura, onde o Isaac é patriarca, rei e senhor, e mesmo um programa musical extravagante e diversificado, desde as tradicionais bandas de música até aos habituais artistas pimba.

Mas para além de tudo, esta festa por vezes tem algumas singularidades que aparentemente escapam a algum sentido de bom senso. Por exemplo, remeter as bandas de música para palcos secundários, com carroceis e pistas de choque a marcar o ritmo, instalados em zona de sol e deixar vago o palco principal e com espaço envolvente com sombrinha fresca, não lembra ao diabo. Mas há quem ache que sim, e que o palco principal deve ficar livre para o pessoal da luz e som preparar a festa da noite. 

Claro que as bandas de música  não estão em condições de reclamar e o público já está habituado a estas singularidades. Como diz a cantiga, "quem gostar come, quem não gostar põe na beirinha do prato".

Já agora, duas excelentes bandas musicais, a do Vale e  a de Tarouquela. Bons executantes e peças musicais de qualidade sinfónica. Mereciam outros palcos, sem ruídos próprios de uma romaria, mas infelizmente a realidade não se compadece com preciosismos ou requisitos técnicos.

S. Mamede - Dia do nosso padroeiro


A paróquia de Guisande celebrou, ontem, dia 17 de Agosto, o seu padroeiro S. Mamede, com missa solene pelas 17:00 horas, seguida de procissão.


Algumas das paróquias portuguesas sob a invocação de S. Mamede:


Paroquias
Diocese
Agrochão
Bragança-Miranda
Aldão
Braga
Arca
Viana do Castelo
Arcozelo
Braga
Argeriz
Vila Real
Ázere
Coimbra
Bolho
Coimbra
Bustelo
Porto
Cabreiros
Porto
Cambeses do Rio
Vila Real
Canelas
Porto
Caniçada
Braga
Castanheira do Vouga
Aveiro
Cepães
Braga
Cibões
Braga
Coronado
Porto
Cuide de Vila Verde
Viana do Castelo
Deocriste
Viana do Castelo
Escariz
Braga
Este
Braga
Évora
Évora
Ferreira
Viana do Castelo
Friestas
Viana do Castelo
Gomide
Braga
Gondiães
Braga
Gondoriz
Braga
Guide
Bragança-Miranda
Guisande
Porto
Lindoso
Viana do Castelo
Madail
Porto
Manhuncelos
Porto
Marrancos
Braga
Mata Mourisca
Coimbra
Mesquitela
Viseu
Mogadouro
Bragança-Miranda
Negrelos
Porto
Parada do Monte
Viana do Castelo
Perafita
Porto
Quiaios
Coimbra
Recesinhos
Porto
Ribeirão
Braga
Sandiães
Viana do Castelo
Santa Cruz da Trapa
Viseu
São Mamede
Leiria-Fátima
São Mamede
Lisboa
São Mamede da Ventosa
Lisboa
São Mamede de Infesta
Porto
São Mamede de Riba Tua
Vila Real
Seara
Viana do Castelo
Seroa
Porto
Serzedo
Porto
Sezures
Braga
Sortes
Bragança-Miranda
Talhadas
Aveiro
Travanca
Bragança-Miranda
Travanca
Porto
Troviscoso
Viana do Castelo
Vale de Remígio
Coimbra
Valongo
Porto
Vermil
Braga
Vila Chã
Porto
Vila Cova de Seia
Guarda
Vila Maior
Porto
Vila Marim (Mesão Frio)
Vila Real
Vila Verde
Porto
Vilarinho
Braga



16 de agosto de 2019

Motorizadas em Guisande - Ali vai o Tozé pela Farrapa abaixo....



Foi um dos eventos míticos dos anos 80 ocorridos na nossa freguesia de Guisande. Estávamos em 24 de Outubro de 1982, um Domingo cinzento e chuvoso, como se esperaria que fosse a meio do Outono.
Num circuito formado por algumas ruas da freguesia, realizaram-se provas de motociclismo com veículos com motores de cilindrada de 50 cm3, vulgo motorizadas.

As provas, nas categorias de juniores e seniores, extra-campeonato, foram organizadas pela Associação Desportiva e Cultural de Lobão, com o carismático Nani, como director das provas. Na época estas corridas de motorizadas eram populares e disputavam-se um pouco por todo o lado já que as exigências regulamentares e de segurança eram, a bem dizer, nenhumas.

Nestas provas em Guisande, rezam as crónicas que participaram cerca de 30 pilotos e respectivas equipas técnicas. Na altura esteve presente o campeão nacional, um tal de José Pereira, o qual não logrou melhor que o 4º lugar.

As provas tiveram o seu início pelas 16:00 horas, com duas horas de atraso em relação ao programado, devido à chuva e à desorganização. 

Pelas 16:00 horas teve lugar o ensaio geral para testes e afinações; Pelas 16:30 horas a sessão de treinos oficiais para a categoria de juniores. Pelas 16:45 horas o treino oficial para os seniores. Pelas 17:15 horas, a prova dos juniores com 15 voltas ao circuito, com 16 pilotos. Pelas 17:45 horas a prova principal, com o seniores a darem também 15 voltas, participando 14 pilotos. Venceu o piloto Nº 1, "Tozé" com um avanço de cerca de 500 m.
Pelas 18:30 horas, já quase de noite, a entrega dos prémios. 

O circuito (ver mapa abaixo), com uma extensão aproximada a 1, 6 Km, englobava aquelas que são hoje partes das ruas S. Mamede (da Farrapa de Baixo à Gândara, passando por Linhares), Rua Nossa Senhora de Fátima (da Gândara à Leira) e Rua Cónego Ferreira Pinto (da Leira à Farrapa de Baixo), com sentido anti-horário. A meta estava colocada na recta da Gândara.


Na altura (em que uma câmara de filmar era um luxo) alguém filmou parte das provas, localizando-se no cruzamento da Leira. Esses vídeos (de onde extraímos as imagens), são de fraca qualidade mas ainda podem ser encontrados pelo Youtube.
Com a ajuda dos referidos vídeos e das memórias desse tempo, porque assisti à prova, percebe-se o amadorismo da organização, com o público nas bermas, circulando e atravessando constantemente a estrada, mesmo com as motorizadas a circular. Os homens da organização estavam equipados com umas bandeirolas (verdes, para mandar "assapar" e vermelhas (para parar) e ainda uns enormes walkie-talkies com umas antenas compridas que mais pareciam canas de pesca, com os quais comunicavam as ocorrências.

Num dos vídeos vê-se mesmo uma aparatosa queda de um dos participantes, com este a dar várias cambalhotas no alcatrão e a motorizada a deslizar quase "varrendo" alguns dos que ali assistiam. "Foge Quim..."



Vistas as coisas à distância do tempo, e já lá vão quase 40 anos, não conseguimos resistir a uns sorrisos, sobretudo pelo amadorismo da organização e condições de segurança e assistência, que em rigor não existiam, para além de uns fardos de palha colocados na saída de algumas curvas. De resto as estradas estavam em péssimo estado, chovia e o público, como já se disse, passeava livre e descontraidamente pelo circuito, numa passividade domingueira, com a indiferença de alguns elementos da GNR que ali estavam de serviço, muito solenes nas suas polainas de cabedal e cassetete a tiracolo.



Bons tempos, esses, em que as motorizadas eram rainhas das nossas estradas e o tal de Tozé acelerava pela Farrapa abaixo, destemido, enfiado no seu fato de napa e montado na sua motorizada toda produzida para "cortar o vento".