28 de outubro de 2023

Centro Social - Lugar a outros


Os actuais corpos gerentes da Associação Centro Social S. Mamede de Guisande terminarão o seu mandato no final do corrente ano de 2023. O presidente da Direcção, Joaquim Santos, que face a todas as dificuldades e muitos obstáculos sentidos, incluindo o de opções políticas centrais, que não permitiram ainda a concretização do primeiro e principal objectivo do Centro, que é a concretização do programa de apoio pela entidade da Segurança Social, que permitirá a sustentabilidade mínima da actividade de Centro de Dia, por força dos estatutos não poderá recandidatar-se ao lugar. De resto, pelo excelente trabalho realizado e provas dadas de resiliência, é mais que merecido o seu descanso. Além de tudo, pretende deixar a associação com as contas equilibradas, sem constrangimentos financeiros decorrentes do difícil processo da sua construção e instalação.

De minha parte, como secretário da Mesa da Assembleia nos dois últimos mandatos, também chegará ao fim a minha participação nos corpos gerentes. E terminará por duas razões, porque considero que dois mandatos já é um bom contributo e  em segundo lugar porque assim dou lugar a outros, sobretudo a alguns que têm mostrado uma postura pouco simpática em relação à existência do Centro, podendo candidatar-se e virem mostrar como é que se faz mais e melhor. É desta forma que as críticas fazem sentido, aparecer como alternativa e mostrar na prática como se faz melhor. E será bom que assim seja porque esta associação com objectivos que abrangem toda a freguesia e comunidade, precisa igualmente de todos e estes têm a obrigação de cidadania de mostrar interesse, fazerem-se sócios e apresentarem-se a fazer parte das suas estruturas directivas. 

Em resumo, no que me diz respeito, o lugar fica mesmo disponível para outros. Se ninguém aparecer, obviamente que, mesmo lamentando, ficará vazio, ou deserto como agora se costuma dizer. 

Felizmente tenho vistos novos interessados no aproveitamento das potencialidades do equipamento do Centro Cívico pelo que fico esperançado que venha aí uma catrefada de novos sócios e  gente disposta a mostrar serviço, sendo que até aqui têm mantido uma postura de indiferença para com este nosso importante equipamento colectivo. Oxalá que sim, porque nunca é tarde para dar a mão à palmatória e reconhecer o óbvio! Mas, todavia, sabendo do que a casa gasta, sem grandes optimismos. Antes ver para crer!

Lomba de Arões

Do conjunto da aldeia, com o seu casario incrustado no cume do monte, e daí o seu nome, destaca-se, obviamente, ali ao lado da pequena capela dedicada a Nossa Senhora dos Milagres, o conjunto de espigueiros, ou canastros como são conhecidos pelas minhas minhas bandas.

Mas tem a aldeia outros pitorescos pontos, incluindo, a quem quiser descer ao fundo por onde passa a ribeira de Agualva, dar uma olhadela nostálgica no que resta das ruínas das aldeias de Porqueiras e Berlengas.

No ponto mais alto do lugar, a pequena escola primária, como memorial a outros tempos em que as crianças eram presença habitual nestas aldeias interiores. Hoje em dia, tanto por ali como em todas as aldeias do nosso interior, as crianças são raras, a contrastar com uma população já envelhecida. Deste modo, sem renovação de gerações, é quase inevitável a desertificação e o abandono de tantas e  tantas aldeias. Passarão por lá, depois, caminhantes curiosos a testemunhar as ruínas e a incúria de quem nas últimas décadas nos governou e da falta de políticas que promovessem a valorização destes testemunhos da indómita natureza humana a moldar a terra e a retirar dela a sua subsistência. Talvez seja tudo isto ou apenas uma inevitabilidade do tempo. talvez.

Ficam alguns de muitos olhares.´













27 de outubro de 2023

Guisande F.C. Veteranos na Liga Masters da AFA


Depois de várias épocas a disputar o Campeonato da Associação de Atletas Veteranos Terras de Santa Maria, desde 2013, o Guisande F.C. Veteranos vai iniciar a Liga Masters sob a tutela da AFA - Associação de Futebol de Aveiro.

Depois de várias épocas desligado da estrutura do futebol no nosso distrito, o clube optou pela regularização da dívida que havia ficado pendente e assim retomar o regresso a competições oficiais. Segundo o presidente da Direcção do clube, Vitor Henriques, a honra do clube será restaurada e para além disso esta competição tem uma melhor organização, com equipas de melhor qualidade e dispõe de árbitros também melhor qualificados, no que será uma mais valia.

Esta Liga Masters também destinada a atletas veteranos engloba 13 clubes. Depois da apresentação da nossa equipa que aconteceu no Sábado passado, 14 de Outubro, contra a congénere do C.D. Feirense, o Guisande vai iniciar a competição já com um dérbi contra a formação do A.D.C. Lobão. Será já neste Sábado, 28 de Outubro, pelas 15:30 horas mo Estádio Oliveira e Santos em Guisande.

Votos de um bom jogo e uma boa época e que o clube continue com a boa dinâmica desportiva para além, da não menos importante, camaradagem.

De seguida as classificações finais das participações do clube na respectiva competição. Note-se que a competição da época 2019-2020 não se disputou devido à situação de pandemia e a época de 2020-2021 foi interrompida à 20.ª jornada,  tendo sido atribuído o título ao S.C. S. João de Ver.

Analisando as competições nos diferentes anos, desde que nelas participou a partir da época 2013-2014, constata-se que o Guisande F.C. Veteranos teve um desempenho francamente regular e positivo.

Época 2022_2023

Época 2021_2022

Época 2020_2021 - Interrompida à 20ª jornada

Época 2018-2019

Época 2017-2018

Época 2016-2017

Época 2015-2016


Época 2014-2015

Época 2013-2014


26 de outubro de 2023

Querido Citroen Saxo de 2001


Querido Citroen Saxo, lembras-te de quanto te comprei em Maio de 2001, no Lércio, na Feira, novinho em folha, a brilhar? Pago com o nosso suor, com uma boa entrada mas ainda durante alguns anos a pagar-te às prestações, sempre certinhas sem falhar?

De lá para cá tens sido uma presença constante na casa e participastes em todos os seus bons e menos bons momentos. Eras e és o carro que levavas e levas o pessoal para o trabalho, para as missas, para os momentos de festa, mas também lá vais quando é preciso recorrer ao médico ou mesmo ou hospital onde fostes várias vezes a altas horas da noite, quando o pessoal cá da casa não passava bem. Lá ías como ambulância à velocidade normal ou um pouco mais apressado se fosse necessário.

Recordas-te de quando fomos várias vezes à Covilhã, ali na encosta da serra da Estrela, 250 Km para lá e outras tantos para cá, para levar a rapariga à matrícula na universidade e várias outras vezes ao longo de 5 anos para a instalar, reinstalar, levar e trazer de volta já formada e com mestrado? E quando eles obtiveram a carta de condução lá estavas tu a apanhar com o nervoso miudinho e inexperiência e até mesmo a levar uns raspões e amolgadelas? Pois foi, e eu a pagar para ficares sempre bonito!

E nas férias ? Idas à praia e várias viagens por esse país fora, de norte a sul, a subir e a descer serras? Recordas-te quando foste, carregadinho, à aldeia da Pena, naquele fundego  e quando chegaste cá acima ao S. Macário já vinhas a deitar fumo? E mesmo a Fátima? Ena, tantas vezes, até mesmo em Fevereiro com o pessoal da LIAM! Até ao veterinário com o cão que pesa 50 quilos, a encher-te de pelos e baba? E mesmo os gatos, desconfiados pela viagem fora do usaul?

Apesar de todos estes mais de vinte anos, continuas sempre seguro, eficiente, prestável e económico. É certo que já levaste algumas peças novas, pneus, pois claro e um ou outro conserto, mas no geral ainda estás aí para muitas curvas e dedicação à casa.

Mas sabes, querido Citroen Saxo, agora o nosso Governo, liderado por um tal de António Costa, que anda sempre em bons carros e com motorista, pagos pelos portugueses, quer acabar com os carros que nasceram antes de 2007. Ora se tu naceste em Maio de 2001 fazes parte da lista a abater. Sim, o Costa quer que tu e todos os outros como tu, mesmo que ainda bem parecidos, úteis e económicos, sejam transformados em cubos de sucata para derreter. Ele tem sido artista na arte de dar com uma mão e tirar com as duas e encontrou agora neste esquema uma forma de dizer que aumenta os rendimentos mas aumenta a receita fiscal. Um talentoso ilusionista !

O mais irónico, querido carro, é que ele quer que te substitua por um carrão novo, potente e eléctrico, que parece que está na moda, por questões ambientais, dizem, quando a produção de um carro eléctrico e as suas baterias têm um impacto absurdo (sabe-se mas não querem que se saiba). 

Mas sem desconsideração, ó Citroen Saxo, quem é que não gostaria de ter um bom carro e novo na garagem? Eu e os muitos milhares de portugueses que com dificuldades levam a vida, sem viver à custa do Estado e como tal não se aventuram a mais dificuldades e a contrair dívidas ao Banco que depois não poderão pagar. Eu, imagina, e já te confidenciei isso, gostava até de ter quatro carrões, um para cada membro da casa e se fosse possíve um para o cão e três para os gatos. Ah, e uma casa de férias, ou mesmo duas, uma ao perto, talvez na Torreira, outra ao longe, lá pelo Algarve. Só não um jacto privado porque não temos espaço para o fazer descolar e aterrar. Talvez um helicóptero. Ok, desculpa-me, deixei-me entusiasmar com as grandezas. O culpado é o Costa que quer obrigar os pobres a serem  ricos!

Sabes, Citrone Saxo, o Governo esquece que os carros velhos só existem e circulam pela óbvia razão de que quem os tem não tem naturalmente condições para ter outros mais novos. O Costa não percebe ou não quer perceber que entre o querer e o poder vai uma diferença do tamanho de um abismo. Com este amigo ilusionista a dar ordens, nunca virás a ser um clássico como os teus antepassados carochas, os 2 cavalos, os fords T, os buick, etc. 

Mas é assim que estão as coisas e a ideia desse Costa é agravar o IUC, o imposto de circulação até a um valor tal que leve as pessoas a passar a andar só de bicicleta, porque na realidade, mesmo que com um apoio ridículo, a larga maioria dos proprietários dos carros como tu, querido Citroen Saxo, nunca vai poder comprar carros novos e sobretudo eléctricos.

Seja como for, de um Governo que é a favor do aborto e da eutanásia, mesmo que isso sejam contas de outro rosário, não estejas à espera que tenha qualquer contemplação em criar condições para te fazer parar na sucata e na fornalha ardente onde se derrete ferro e aço. Não! Esquece! Com ele vais direitinho para o inferno para mal dos teus pecados.

Mas olha, cá para nós que ninguém nos ouve, ainda vais andar por cá e nas próximas eleições vamos tu e eu à secção de voto mandar esse tal de Costa à merda. Bem sei que ele está-se cagando, para mim e para ti, como para a maioria dos portugueses pobres que têm carros velhos, mas pelo menos ficamos com essa satisfação.

Sim? Queres contar-me um segredo? ...Ah, não, nem penses! Não vale a pena dar-lhe um encontrão se o vires pela frente quando fores a Lisboa. Não é caso para tanto! Como diria o seu amigo João Soares a certos críticos que o incomodavam, bastará umas "bofetadas".

24 de outubro de 2023

Pe. António Jorge, de parabéns

O nosso pároco Pe. António Jorge Correia de Oliveira está neste dia 24 de Outubro, de parabéns. Completa  55 anos de vida. 

Fazemos votos de um dia  de feliz aniversário e que a data se repita por muitos e bons anos e que Deus o conserve também por muitos anos à frente da Sua Igreja.

Parabéns!

23 de outubro de 2023

Rio Arda e seus afluentes

 

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O rio Arda é um rio português, afluente da margem esquerda do rio Douro. Nasce na União das Freguesias de Arouca e Burgo, concelho de Arouca. O seu percurso desenvolve-se nos concelhos de Arouca e Castelo de Paiva e desagua na freguesia de Pedorido.

O rio Arda resulta da confluência de três linhas de água: do Ribeiro de Gondim, que nasce em Gamarão de Cima e Gondim, a cerca de 3 km a noroeste da vila de Arouca, a 691 m de altitude e que se junta ao rio Marialva, que nasce na encosta poente da serra da Senhora da Mó, a 711 m de altitude e que atravessa canalizado parte do centro da vila.

Já na zona do parque da feira e a sul do convento junta-se a ribeira de Silvares e a partir dessa confluência segue como rio Arda.

Tem uma extensão de aproximadamente 35 Km e drena uma bacia hidrográfica de aproximadamente 168,00 Km2.

Na zona de Arouca, nas freguesias de Burgo, Santa Eulália e Várzea corre em zona de vale plano mas no restante traçado desenvolve-se encaixado entre encostas abruptas mas irrigando por sistema de levadas vários campos em socalco ao longo das suas margens. Tem ao longo do seu percurso vários moinhos sendo que a maior parte já em desuso ou mesmo em ruína.

Tem como principais afluentes:

Na margem esquerda:

Ribeira de Silvares

Ribeira de Arneira

Rio Urtigosa

Ribeira da Bogalheta

Ribeira de Miraves

Ribeira de Enxurdes

Ribeira dos Bogalhos

Ribeira do Borralheiro

Ribeira de Mansores

Ribeira de Vales ou Rio Mau

Ribeira de Mosteirô

Ribeiro das Couves

Ribeira de Lázaro

Ribeira da Murteira


Na margem direita:

Rio Marialva

Ribeiro de Gondim

Ribeira de Monte Moção

Ribeira de Tropeço

Ribeira de Seixido

Ribeira de Folgosinho

Ribeira de S. Mamede

Ribeira de Almansor

Ribeira do Fôjo (ou da Gardunha ou de Serradelo)


Nota: o mapa é de nossa autoria, pelo que com direitos reservados.

22 de outubro de 2023

A Sr.ª Iria e o Pe. José Oliveira

 



Decorreu na manhã deste Domingo, 22 de Outubro, o funeral da Iria Santos da Conceição. Foi uma longa vida (96 anos) que teve a graça de receber de Deus.

Pela data e horário, esperava eu que fosse mais participado pela comunidade. Talvez por ser de poucos conhecida (excepto os mais velhos) e por há longos anos viver em Lisboa.

Pessoalmente também não gosto de funerais, por razões óbvias, porque de pesar e tristeza, seja pela partida mais ou menos esperada ou inesperada de familiares ou de gente nossa, da nossa comunidade.

Assim, até por razões de trabalho e com os horários dos funerais pouco adequados a quem tem horários e compromissos de emprego, também não participo em todos mesmo que de uma forma ou outra, procure transmitir os sentimentos aos familiares, sobretudo aos mais chegados.

Apesar disso, e sem qualquer ponta de moralismo, porque sou fraco exemplo, verifico que para além dos mais velhos da nossa comunidade, e dos familiares por razões óbvias, nos funerais na nossa comunidade quase não se vê a participação de jovens ou mesmo adultos na casa dos 35/50 anos. Ora se em dias de semana há uma natural justificação, já em dias de fins de semana, sábados e domingos, a razão é menos válida.

Claro que cada um faz como quer e nestas coisas em nada somos obrigados. Liberdade acima de tudo. Mas se entendemos a participação num funeral como um gesto de solidariedade fraterna para com gente da nossa comunidade, em momentos de dor, perda e tristeza, então neste aspecto, no geral estamos a ser pouco solidários e participativos. Ainda não é caso para tanto, mas a este ritmo, não tardará que as cerimónias de exéquias sejam só participadas por familiares e um ou outro amigo mais chegado, dos falecidos ou dos familiares.

Em todo o caso, em Guisande, mesmo havendo notoriamente gente que não vai a funerais, no geral ainda são bastante participados no que denota ainda um espírito positivo de fraternidade comunitária, respeito e solidariedade pelos seus elementos.

Quanto à Sr.ª Iria, conversei com ela pessoalmente umas três ou quatro vezes, algumas por telefone e quem a conhecia sabe que tinha a tendência de nos prender e de um assunto simples falava-se largos minutos.

Das duas últimas vezes que falamos, uma por telefone e outra pessoalmente, como então eu fazia parte da Junta da União de Freguesias, confessou-me que gostaria de ver atribuída à actual Rua dos Quatro-Caminhos, da Gândara ao lugar de Azevedo, o nome do Pe. José Oliveira, por ter ele nascido ali no lugar da Gândara, bem ao lado do caminho que hoje é a tal rua.

Pela minha parte considerei a proposta e até disse que achava muito bem, já que o Pe. Oliveira foi uma figura notável da freguesia, mesmo que desconhecida para as actuais gerações. Na altura, como mero vogal sem quaisquer competências, transmiti o assunto ao presidente que, alegando dificuldades e transtornos na mudança, não mostrou interesse. Poderia, pelo menos, ter tentado e promovido a consulta aos moradores, que com legitimidade poderiam ou não concordar com a mudança e aceitar ou não os inconvenientes dela, nomeadamente pela actualização de dados de morada em diferentes instituições. Ficou, pois, por concretizar essa possibilidade e vontade proposta pela Sr. ª Iria e que, também concordando eu com ela, de algum modo seria de justiça por relembrarmos o nome, vida e obra do Pe. José Oliveira, um filho da terra, gente nossa.

Nunca é tarde, seja pelo nome da rua ou por outra iniciativa, para dar destaque a essa figura nascida no lugar da Gândara.

Mas, em abono da verdade, fica aqui partilhada essa vontade manifestada de forma interessada pela Sr. Iria. Mesmo que não tivesse sido concretizada, da sua proposta e vontade saberá disso, estou certo, o Pe. Oliveira.

Que Deus a guarde!