21 de dezembro de 2023

Perfeitos na imperfeição

Não sou perfeito e ainda bem! E todos nós! Afinal a natureza é ela própria imperfeita, se não na sua essência pelo menos na forma como cada um de nós, ínfima criatura, a vê, a define e julga. 

Somos em grande parte uma súmula de egoísmo, o querer sol na eira e chuva no nabal. Incomoda-nos que no dia de uma nossa festa chova mas não nos ralamos se tal acontecer no divertimento do vizinho. Vemos com a nossa miopia o pequeno defeito nos semelhantes mas nem com lentes de aumento os descobrimos em nós. 

No resto, se admiramos com deslumbramento as belezas da natureza e da sua criação, no mundo animal e vegetal, porque raio tem que haver terramotos a rasgar a terra e a derrubar as nossas criações, tempestades a fustigar mares e terra e vulcões a vomitar fumo, cinza e lava? Porque não apenas amena calmaria e doces bonanças ou, se mesmo necessárias essas diatribes, porque não mais suaves, benevolentes?

Resulta de tudo isto que a perfeição talvez seja precisamente o equilíbrio destas duas realidades. Quanto a mim têm razão os orientais com a filosofia taoista do Yin-yang, que expõe a dualidade de tudo quanto existe no universo e por arrasto na natureza, da terra e nossa. Por ela são descritas as duas forças fundamentais que se opõem e complementam entre si.

Somos assim perfeitos na imperfeição, satisfeitos na insatisfação, murchos na erecção.

20 de dezembro de 2023

Nota de falecimento

 


Faleceu Jorge Avelino dos Reis Silva, de 54 anos (6 de Fevereiro de 1960 a 16 de Dezembro de 2023). Natural do lugar da Barrosa - Guisande, faleceu na Suiça onde estava emigrado.

Filho de António Tavares da Silva (Sr. Sequeira) e de Maria Eugénia dos Reis, residentes  na Rua 25 de Abril, lugar da Barrosa.

O funeral terá lugar no próximo Sábado, 23 de Dezembro, pelas 09:30 horas, com cerimónias fúnebres na igreja matriz de Guisande, indo no final a sepultar no cemitério local.

Missa de 7.º Dia na Sexta-feira, 29 de Dezembro pelas 18:30 horas.

Sentidos sentimentos a todos os familiares. Que descanse em paz!


19 de dezembro de 2023

Guisande F.C. Veteranos - Liga Masters da AFA - 7

 


Após a realização de 7 jogos, a equipa do Guisande F.C. Veteranos segue numa meritória 6.ª posição na classificação, com 8 pontos (duas vitórias e dois empates), por isso acima do meio da tabela. É certo que ainda com várias equipas com menor n.º de partidas disputadas, mas de todo o modo demonstra que nesta nova experiência, numa prova mais competitiva e exigente, o nosso clube está a ter um bom comportamento, o que é de enaltecer pois revela que por ali há competência mas sobretudo organização e dedicação.

Futebol, paz, amor e bananas

No nosso futebol maior o Sporting recebeu ontem o F.C. do Porto, em jogo que venceu por 2-0, colocando-se no primeiro lugar da classificação.

Não vi nem ouvi, apenas o resumo e análise e hoje de manhã nas notícias. Do que vi, mais um jogo que correu bem, com jogadores e treinadores a respeitarem-se e a trocarem cordialidades, incluindo no final da partida. Foi, a meu, ver mais uma sessão de desejos mútuos de feliz Natal e boas festas. Mesmo a expulsão do Pepe só aconteceu porque ele queria ir embora mais cedo para compromissos de fazer de Pai Natal num centro comercial. Um exemplo de correcção este rapaz já crescidote.

Com este clima em espírito natalício, quando assim é vale a pena ir ao futebol, porque aquilo é só paz e amor. Amém!

Já agora, ouvimos por ali que as contas fazem-se em Maio. Pois claro! É sempre bom termos a certeza de que 2+2 são 4 e que o Natal é a 25 deste mês. A malta do futebol, boa rapaziada, são mestres das vulgaridades, do curto e grosso, mas é assim que a coisa funciona e não se pode esperar que um castanheiro produza bananas.

18 de dezembro de 2023

Com cheiro a Natal

 


Espírito de Natal ou de Carnaval?

Um bonito e soalheiro dia de Domingo a pouco mais de uma semana do Natal. Depois do almoço caseiro, decidi ir tomar café ao centro da vila de Arouca na expectativa de ali encontrar o espírito de Natal, mas prevenido de que anda fugidio. 

Em pouco mais de meia hora lá estava e não tive dificuldade em estacionar no parque. Mas logo aos primeiros momentos percebia-se que o espírito natalício já dali andava arredado. No que parece ser já uma tradição, talvez uma ou duas centenas de motards e motorizadeiros vestidos com trajes chineses de pais natais, andavam por ali para cima e para baixo a encher as ruas de roncaria e cheiro a gasolina queimada. Tomamos um bom café mesmo no centro, a 80 cêntimos com direito a uma pequena "castanha doce". 

Em frente ao convento e na Praça Brandão de Vasconcelos, os ditos pais natais emprestavam ao local e ao ambiente um ar de Carnaval e fiquei na dúvida se por ali andava o espírito dele. Pareceu-me que não! Na igreja imponente, ladeada de motos e motorizadas, dentro dela apenas duas ou três pessoas e nem um único daqueles que lá fora se exibiam. Apesar da imponência da igreja e do seu ar barroco, o presépio era do mais simples possível, digno de uma qualquer ermida isolada no alto de uma serrania e ali captei um bocadinho do espírito natalício. Mas o ambiente de silêncio tão característico desse local de culto era apenas uma falsa sensação pois lá fora o barulho de motorizadas a roncar e motas a estourar com os escapes era ensurdecedor e remetia-me para um poço da morte numa qualquer feira popular ou para um Carnaval de Ovar ou de Torres Vedras.

Bem ao lado do convento, na sede da Associação dos Amigos de Arouca, estava patente, com entrada gratuita, uma exposição de presépios, mas ninguém a visitar, apenas o responsável que nos acompanhou para servir de cicerone. Uma amostra muito interessante e diversificada mas ignorada pelas centenas que enchiam as ruas e praças.

No átrio exterior do lado poente do convento, uma enorme tenda aquecida com muitos e variados quiosques dispostos lateralmente com bons produtos desde artesanato aos hortículas, com frutas, legumes, nozes, castanhas, azeite, charcutaria, bebidas e licores, etc. Tudo coisas boas e dos produtores locais para ajudar a uma boa ceia de Natal. Um bom espaço e bem organizado. Ali vi um bocadinho do espírito de Natal e até gastei algum dinheiro em nozes e artesanato alusivo à quadra.

Na ilusão de que entretanto os carnavalescos pais natais já se tinham ido embora, afinal devem ter ido reabastecer os depósitos e regressaram com todo o barulho, confusão e mau cheiro pois limitavam-se a andar por ali para trás e para a frente a mostrarem-se como se fosse algo extraordinário. Não foi, apenas uma vulgaridade bacoca, porventura mais adequada a carnavais ou desfiles de paradas gays. Mas isto sou eu a falar, que fui ali áquela bonita vila à procura de outro Natal, mesmo que com as expectativas baixas, mas percebi que isto do Natal simples, genuíno e ligado às origens e de matriz religiosa e espiritual, é apenas um faz de conta e coisa já passada, do antigamente. Agora os tempos são outros, mais dados ao antes parecer que ser  e que a generalidade das pessoas gosta! 

Ao deixar o parque de estacionamento tive dificuldades em saír,  porque à boa maneira portuguesa os espaços destinados a acessos estavam ocupados. Mas polícias e guardas, porque também mascarados ou simplesmente ausentes, não os vi por ali a manter a ordem na desordem. Com dificuldade e várias manobras lá saí e regressei. 

Em resumo, uma bonita tarde de Carnaval!