És vela acesa na escuridão,
A rasgar o mais denso breu
Como na falésia o farol;
O dia tem luz do teu clarão
A iluminar todo o meu céu
Como se dele foras o sol.
És vela acesa na escuridão,
A rasgar o mais denso breu
Como na falésia o farol;
O dia tem luz do teu clarão
A iluminar todo o meu céu
Como se dele foras o sol.
Olha, vê amor,
Os pessegueiros já a florir
Num dia assim, ameno, enxuto;
Com tempo e calor
Em cada flor há-de ressurgir
O esperado, desejado fruto.
Vê que singeleza,
O rosado das flores,
Em sabores prometidos;
Há nelas a certeza
Da leveza das cores,
Do peso dos sentidos.
Partiu a Ti Elisa, num dia assim,
De Fevereiro com cheiro a quaresma,
Promessa de uma Páscoa de aleluias.
Sabemos, todos sabemos, que há fim,
Porque a morte ao homem é a mesma
Soma final, total, da conta dos dias.
Foi irmã, criada, afilhada fiel,
Presença certa em quem confiar,
Companheira no espírito de missão.
No resumo final cumpriu o papel,
De mão a decidir, luz a iluminar,
Fazer da sua via a do seu irmão.
Na vida temos isto como certeza
Ainda que a deixar máguas, penas:
Uma alma pode ser toda grandeza
Mesmo que por coisas tão pequenas.
Uma certa Junta de Freguesia, no Facebook, anunciou como "novidade" aulas de fitness para a população, "totalmente gratuito". Numa das partilhas da "novidade", alguém considera que "isto é que é uma freguesia preocupada com os habitantes".
Respeitando ambas as coisas e o benefício fantástico de tão espectacular medida, questiono o que é que as pessoas acham do "totalmente gratuito". Se os orientadores, o espaço, a electricidade, a limpeza e custos associados forem mesmo oferecidos, pró bono, à borlix, acho que sim, é de aproveitar a quem gosta. Dê-se já um voto de louvor a essa boa gente.
Já se a coisa, aos orientadores, os espaços, água, electricidade, e logística, forem do orçamento da Junta, aí o "gratuito" tem que se lhe diga. É o que o orçamento da Junta vem de algum lado, da Câmara, do Estado, e em última análise dos impostos e taxas dos contribuintes. Por conseguinte, e é aqui onde pretendo chegar, o conceito de "gratuito" é sempre muito relativo. Fazer brilharetes com o dinheiro dos outros, mesmo que dos contribuintes, é uma alegria. Mas partilhado nas redes sociais tem impacto e cheira a coisa bonita e há quem goste.
Num tempo em que ninguém dá nada a ninguém, espanta que alinhemos com facilidade nestas cenouras à frente do burro sem qualquer sentido crítico quanto a qualquer forma de "engana-me que eu gosto".
Faleceu Elisa Gomes de Oliveira (a Ti Elisa), de Vilar, Fiães, de 98 anos de idade (09 de Março de 1925 a 27 de Fevereiro de 2024).
Irmã e afilhada do saudoso Pe. Francisco Gomes de Oliveira, que foi pároco de S. Mamede de Guisande durante quase 60 anos.
Teve a ele uma vida quase totalmente dedicada, tendo por isso, por opção, ficado solteira. Na nossa paróquia foi sempre uma pessoa muito querida e dinamizadora de muito da vida paroquial e grupos. Nesse sentido pode ser considerada como parte da nossa comunidade que assim está de luto. Desde o falecimento do seu irmão Pe. Francisco, em Maio de 1998, passou a residir em Fiães com a sua irmã Helena, também já falecida. Chegou agora a sua hora, com uma bonita idade.
Vai a sepultar em Fiães, nesta Quarta-Feira, dia 28 de Fevereiro, pelas 15:30 horas.
Paz à sua alma e que descanse em paz!
Sentidos sentimentos aos seus familiares, de modo particular ao Pe. Benjamim, seu sobrinho, e figura também muita estimada na nossa paróquia.
Eu queria fazer um poema
À minha mãe, à sua vida,
Da infância que não teve,
Do fulgor da juventude
À fraqueza na velhice.
Uma vida lógica, teorema
A provar a verdade vivida,
Sem temer porque não deve
Nada à riqueza ou saúde,
Nem mal que Deus visse.
Foi somente mulher de luta
Mãe de filhos que tantos são
Na diária freima da labuta
De lhes dar de si amor e pão.
No fim de tudo, tudo é vitória,
Numa vida vivida com sentido,
Na prostração, oração e glória,
De todo o modo, dever cumprido.