24 de março de 2024

Dicas de aquecimento para corrida

 


Para quem faz corrida, fica aqui uma dica de aquecimento: Duas horas e meia a plantar batatas, passando pelas diferentes disciplinas técnicas de preparar regos, espalhar estrume, colocar as batatas, espalhar adubo e cobrir. 

Deve ter sido por ter feito este aquecimento tão técnico que ontem depois da plantação corri por Guisande, Pigeiros e Romariz, 12 Km e picos com um um ritmo simpático para a idade e peso de 5:12 m. Ou seja em pouco mais de uma hora. É que não encontro outra explicação, pelo que recomendo vivamente.












22 de março de 2024

Garagem Cruz de Ferro - Serviço de auto-lavagem

 




Está já a funcionar o "Car Wash Self Service" da Garagem Cruz de Ferro, proporcionando lavagem e aspiração automóvel. O espaço muito bem preparado, localiza-se nas traseiras do posto de combustível da BP e da loja.

Sem dúvida, é um equipamento de utilidade para quem em casa não tem condições para tratar da limpeza dos seus automóveis. Existe um sistema automático de pagamento e controlo horário e das diversas operações.

Escusado seria, digo eu, o uso dos inglesismos na imagem do equipamento.

Visita pastoral interparoquial - Encontro em Pigeiros

Resumo do encontro de ontem, 21 de Março de 2024, pelas 21:00 horas no Centro Cívico de Pigeiros, com os representantes e elementos dos grupos paroquiais das Caldas de S. Jorge, Guisande e Pigeiros.

Foi apresentado o esquema do programa que havia sido elaborado na anterior reunião com o nosso pároco Pe. António Jorge, o diácono António Avelino e os delegados ao Conselho Pastoral Vicarial.

De um modo geral o programa conforme delineado foi aceite pelos presentes, merecendo apenas algumas observações para alguns dos aspectos de logística e organização de alguns dos eventos, nomeadamente quanto ao momento de oração de Taizé, a envolver os grupos de jovens, no parque da Várzea, em Pigeiros, por eventualmente não reunir condições de ambiente propícias à oração e reflexão. Sobre este assunto ficou de se abordar o concessionário do café que funciona no local, de modo a perceber-se se é possível uma parceria e reserva do espaço permitindo as condições adequadas. Também o Sr. Pe. António ficou de expor a situação ao sr. Bispo para avaliar da sua opinião e da realização ou não nessas condições em ambiente aberto.

Outras considerações suscitadas: Também, face ao expectável elevado número de pessoas que poderão ocorrer à igreja matriz das Caldas de S. Jorge na celebração do Crisma, ficou no ar a eventualidade de se poder celebrar de forma campal, no parque do Calvário. Não será a melhor solução, porque pode estar calor ou chuva e obrigar a uma logística mais trabalhosa. Assim por princípio, embora ainda sob consulta ao sr. Bispo, mantém-se o propósito de se realizar na matriz. Claro está que previamente a comunidade terá que ser sensibilizada a nessa dia ou na véspera, participar nas celebrações alternativas em qualquer uma das três paróquias, reservando-se a matriz das Caldas apenas para os crismandos, pais e padrinhos e pessoal participante da liturgia como coral, acólitos, leitores, ministros da comunhão.

Também o almoço final de despedida, será em princípio do tipo partilhado e a decorrer nas Caldas. Em todo o caso nesse dia o Sr. Bispo não poderá demorar para além das 15:15 horas pois terá que ir para Grijó onde às 16:00 horas celebrará o Crisma na comunidade local.

Finalmente, um ou outro aspectos, como alguns dos almoços à semana ainda não definidos, ainda a adaptação de um ou outro horário, que não ficaram fechados mas serão resolvidos a seu tempo.

No geral o programa foi aceite pelos presentes e está definido, pelo que será apresentado ao Sr. Bispo e como tal ainda sujeito a ajustamentos em face da sua vontade e agenda. Depois em função do que ficar decidido, havendo ou não necessidade de ajustamentos, será sempre necessário operacionar todos os eventos, distribuir tarefas e responsabilidades, sobretudo nos momentos em que haverá uma participação interparoquial, como aquando da recepção e boas vindas, que será no Monte do Viso e Centro Cívico em Guisande, o encontro de jovens em Pigeiros  e o almoço partilhado na despedida nas Caldas de S. Jorge.

O pároco Sr. Pe. António Jorge irá comunicando com a comunidade e grupos conforme as coisas se forem desenvolvendo.

21 de março de 2024

A Maria foi à feira a Cesar e ficou prenha

Creio que já o escrevemos por aqui, desde que há casamentos que nunca deixou de haver mães solteiras e sobretudo com os progenitores a não assumirem a paternidade e responsabilidades inerentes, fosse por verdadeira incapacidade de os responsabilizar ou por silêncio comprado ou ameaçado, sobretudo quando os progenitores já eram homens casados e de estatuto social incompatível com a "vergonha" ou infidelidade a assumir. Acontecia, por exemplo, com patrões relativamente a criadas.

Por conseguinte, nos velhos assentos paroquiais dos baptismos, são frequentes as referências a filhos naturais, não reconhecidos como legítimos, de mulheres e raparigas solteiras. Mas também eram considerados filhos naturais e não legítimos todos os que nascidos fora do casamento, como o caso constante num assento de baptismo de uma Petronilha, nascida em 7 de Julho de 1752, filha de Pedro de Oliveira, homem casado, do lugar de Trás da Igreja e de Maria Guedes, viúva que ficou de Manuel Francisco, do lugar de Casaldaça. 

Ora num desses assentos, de uma rapariga a quem foi dado o nome de Getrudes, nascida em 29 de Março de 1739, filha de uma Maria, solteira, esta filha de Manuel da Mota e de sua mulher Domingas da Mota, do lugar da Pereirada, é curiosa a narrativa feita pelo pároco de S. Mamede de Guisande, o Abade Manuel Carvalho, nos seguintes termos: "..e perguntando à dita Maria, solteira, quem era o pai da dita criança, me respondeu que indo ela em fim do mês de Junho próximo (1), passando à freguesia de Cesar, em o caminho zombara dela um homem que ela não conhecera e dele ficara prenhe, em fé do que fiz este assento, que comigo assinarão o padrinho da baptizada e Manuel Francisco, de Cazaldaça, ambos desta freguesia".

(1) - creio que pretendia dizer "Junho passado"

Em resumo, não deixa de ser curioso. Fica-se sem saber se, todavia, se no caso a Maria ficou grávida por um acto de violação ou de uma brincadeira consentida com um estranho.

Seja como for, o caso, que não seria de todo vulgar, mostra a vulnerabilidade das mulheres e raparigas em certas situações e sem que houvesse justiça  capaz de obrigar à assunção da responsabilidade paternal. Certo é que, a ter em conta a descrição, a rapariga iria sozinha a caminho de Cesar (seria à feira e já existiria nesse tempo ?) e pelo caminho foi abordada por um estranho que "zombou" dela. Dessa "zombaria" passados nove meses nasceu a Getrudes, filhinha de pai incógnito que teve a desfaçatez de "zombar" de uma inocente rapariga a caminho não de Viseu mas de Cesar.

Noutros assentos paroquiais similares, volta a ser usado o termo "zombar", no que modernamente poderemos traduzir como "abusar" ou mesmo "violar".

20 de março de 2024

Francisco Guedes - Homem de quatro mulheres

 


Pelo assento de baptismo de uma rapariga de nome Escolástica, nascida em 5 de Fevereiro de 1738, o seu pai, um Francisco Guedes, do lugar do Reguengo, já ía na sua quarta mulher, a Isabel Francisca.  

O homem não teria um harém, mas tão simplesmente porque, certamente, por falecimento das anteriores esposas. Nessa altura a morte em idades jovens era frequente, nomeadamente durante a gestação ou o parto. Também não é de supor que o homem somasse divórcios pois por esses tempos era coisa rara ou mesmo inexistente.

Para além dessa particularidade, o assento feito pelo abade Manuel de Carvalho, então pároco de S. Mamede de Guisande, fundador da Irmandade e Confraria de Nossa Senhora do Rosário, revela-nos que o padrinho da Escolástica foi um Manuel Ferreira, que era "caseiro dos padres desta Igreja de Guisande". Ora, padres, no plural, significa que havia na igreja mais que um padre? Efectivamente sim, no caso o Pe. Manuel Rodrigues da Silva, que então era assistente do Pe. Manuel de Carvalho. Este Pe. Manuel Rodrigues da Silva acabou mesmo por suceder ao Pe. Manuel Carvalho como pároco da nossa freguesia a partir da data da sua resignação por motivo de doença, em 1750. Acabou por falecer o fundador da Irmandade em 4 de Fevereiro de 1758. 

Apesar de tudo não deixa de ser curioso e interessante que estivesse o Pe. Manuel Rodrigues da Silva tantos anos como assistente. Outros tempos, com fartura de sacerdotes.

Já agora, refira-se que deve-se a este Pe. Manuel Rodrigues da Silva a construção da torre da nossa igreja, em 1764.

Fica aqui este interessante apontamento, que apesar de parecer coisa pouca, revela vários pormenores e mesmo muito da realidade social da época.

Finalmente, o nome de Escolástica, parece-nos fora do comum, mas na época embora não muito corrente era usado. Isto certamente em devoção a uma santa que teve esse nome, concretamente Santa Escolástica de Núrsia que era irmã do conhecido S. Bento.

Desfecho

 


Chegará o tempo dos ais, lamentos,

Dores, angústias contadas a fio,

O resumo de todos os sofrimentos,

De lágrimas que somadas dão rio.


Que mais esperar desta serena

Prostração desolada numa cama,

Em que mais que lamento ou pena

Esvai-se a vida de quem se ama?


Mas cada um seguirá, só, pelo seu pé

Até ao limiar da porta de saída,

Numa aceitação natural mas de fé,

A representar o acto final da vida.

19 de março de 2024

Mais do que as mães


Quase todos os dias na minha caixa de correio electrónica (email) recebo mensagens de organizações de eventos de corrida, nomeadamente da Runporto, a apelarem para que eu aproveite o preço das inscrições que daqui a dias já terão outro preço, etc, etc. É da Runporto mas também de outras mais organizações como entidades particulares, locais, municipais, etc.

Se dúvidas houvesse, o correr e caminhar, nas suas diferentes variações, está definitivamente transformado em negócio e enquanto houver gente disposta a pagar haverá provas e organizadores, porque para além de tudo cheira a dinheiro.

Nada contra, obviamente, de resto tudo é negócio e é a oferta a dar resposta à procura. É assim com a corrida e caminhada como poderá ser com pizzas, chouriços, salpicões, óculos de ver ao longe, tomates, pastéis, cuecas, etc,etc.

Só a Runporto tem quase duas dúzias de provas por ano e para todos os gostos.

Plataformas como a Portugal Running só em Março, se bem contei, tem agendadas 35 provas, em Abril e Maio mais de meia centena cada, e por aí fora, durante todo o ano, de Janeiro a Fevereiro e nem nos meses de férias deixa de haver provas. Quase um milhar de eventos para 2024. Mas certamente que em todo o pais, incluindo ilhas, são muitas mais. Literalmente, mais que as mães.

Até quando se aguentará a bolha, não sei nem é questão que me preocupe, e desde logo porque não sou de todo consumidor destes eventos, o que não me impede de correr, caminhar e bicicletar onde e quando quiser, sem pagar um cêntimo. Dispenso os kits.

Em todo o caso, não significa esta constatação que ache a coisa negativa, porque todas estas largas centenas de provas espalhadas por todo o país, significam que há mais gente a praticar desporto e a tratar da sua condição física e disposta a pagar. Tirando a questão do negócio, também legítima, nada a opor. Se há gente disposta a pagar, que pague.

Por conseguinte, de uma maneira ou outra, toca a dar à sola!

Mas sim, dispensava este marketing e publicidade insistentes e persistentes, quase de forma agressiva. Claro que algumas das entidades já têm destino certo numa corrida para a pasta do spam.