30 de março de 2024

Via Sacra 2024 - Grupo de Jovens



















Ontem, Sexta-Feira Santa, depois da celebração da Adoração da Cruz, pelo Pe. Benjamim, decorreu no Salão Paroquial a encenação da Via Sacra. Tendo em conta o estado do tempo, com chuva e muito frio, foi tomada esta opção e em meu entendimento funcionou bem, resultando num momento de intimidade e oração. 

A interpretação de cada uma dos quadros ou estações da Via Sacra foi adequada e muito simbólica. Sob um ponto de vista de encenação, teatralidade, gestão dos movimentos em palco e expressão dramática dos intervenientes , e mesmo enriquecimento do cenário, há coisas a melhorar, mas estamos certos que acontecerá em futuras edições. Para uma primeira vez foi muito positivo.

De enaltecer o esforço e participação entusiasta do Pe. Benjamim, sempre muito cativador, e que dirigiu a parte da oração. Uma palavra de apreço para a parte coral que acompanhou cada um dos momentos. O salão esteve bem composto de participantes o que ajudou à vivência. 

Em resumo, um momento muito interessante a marcar positivamente este Tríduo Pascal na nossa comunidade. Parabéns ao Grupo de Jovens da paróquia pelo seu entusiasmo e participação. Certamente que esperamos mais momentos destes, nomeadamente na vertente teatral que é sempre convidativa e traz-nos à memória outros tempos em que aquele espaço do salão se enchia. Nunca é tarde!

Bem hajam!






























28 de março de 2024

Eu, pecador, me confesso


Confessou-se Torga, o poeta,

Como pecador que era

No bom e no mau da vida,

Ambos ao leme da sua nau,

Mareando em deriva.


Também eu, pobre pecador,

Aflito, me confesso contrito,

Do pecado herdado

E construído

Mas nunca consentido.


Mas se para o perdão pleno

Necessário é o arrependimento,

No meu entender pequeno,

De tão pouco provento

Estou condenado,

Porque não me arrependo,

Do que possa ter pecado

Por conta do meu viver,

De animal, institivo, 

Gravado à força de cinzel,

Qual cobre derretido,

Moldado em forma de sino

Que na torre a mesma nota replica,

Numa vida presa, que implica

Aceitar a cantiga do destino.

26 de março de 2024

Poetas do campo


As gentes do campo, simples,

Não saberão o que é poesia,

E dos poetas desconfiarão

Como de pessoas estranhas,

Sem saberem o que vendem,

A soltar, presumidos,

Palavras, que não entendem,

Vazias de  sentidos.


E, todavia, nessa gente do campo,

Tudo é poesia e funda a prosa

No que fazem, dizem e cantam,

No colher e cheirar uma rosa,

Nas preces que ao céu levantam.

Nos olhares mais absortos,

De paz ou intempestivos.

Não há tempos mortos

Mas de poesia, bem vivos.


O pão semeado,

A espiga colhida,

A terra ressequida

A ser regada.

Até o pasto colhido

Em Domingo, como pecado,

Tem poesia e sentido

Porque a matar a fome ao gado.

Guisande F.C. - Liga Masters AFA - Jogo 18

 


Após 18 jogos, continua em bom nível a participação dos veteranos do Guisande F.C. na Liga Masters da AFA, ocupando à condição um honroso 6.º lugar e depois de na última jornada ter recebido e vencido a boa equipa do C.D. Feirense por 1-0. 

Parabéns aos rapazes!.

25 de março de 2024

Viver não custa, custa é saber viver

Não tenho inveja de quem vive bem à custa do seu talento, da capacidade de trabalho e seu suor. Já o contrário, dos outros é que não. E não faltam destes a viver à fartazana, rodeados, eles e os seus, de tudo, do bom e melhor. Ele é boas casas, de boas vistas, com amplas garagens, potentes carros, motas, bicicletas, relógios de ouro, piscinas, churrasqueiras, ginásios, etc, etc. Sempre bem vestidos e calçados, perfumados, unhas e cabelos nos trinques, férias a toda a hora, mesmo passando fronteiras, etc, etc. Alguns até se permitem a viver à grande e à francesa em suites de hotéis de luxo, não de férias, uma vez por outra, mas como residência. Outros até têm motoristas que acumulam a leal função de entregas de envelopes atestados de notas vindas dos cofres generosos de mãezinahs ricas e amigos empresários de sucesso. Vidinhas fartas, é o que é.

Ensinado pela vida de que só com o trabalho se pode aspirar a uma vida condigna, mesmo que sem luxos, e certo de que lotarias, totolotos e euromilhões são sortes tão prováveis acontecer como a uma hora certa cair um meteorito pelo buraco da nossa chaminé, sempre desconfio de quem vende cabritos sem ter cabras, mesmo que não um rebanho, pelo menos as suficientes para alimentarem um pastor e família.

Mas isto sou eu, com a mania de que na vida as coisas devem ser justificadas e merecidas e devem obedecer ás leis da física, da matemática e da biologia, ou, mais prosaicamente com o parecer a encaixar no ser. Mas, estou certo, ando de passo desacertado, porque isso é esperar ciência complexa quando a alguns basta fazer as contas básicas de contar pelos dedos para perceberem que juntar o que ao próximo se subtrai é somar para si. Afinal, o que vai dando é o viver à custa dos outros, com estratagemas, chico-espertices, burlar tanto o vizinho como o Estado, desenvolver uma teia de negócios escuros e obscuros e com trabalhos invisíveis ou nocturnos sem que sejam padeiros ou agraciados com milagres divinos.

Eles andam por aí, tantas vezes disfarçados de empreendedores, de empresários, de políticos, etc. Em suma, gente esperta e qualificada para viver sem nada fazer. É uma classe em crescimento, reconheça-se. 

Ansiedade

Não sei que calor arde no peito

Que me consome sem extinguir,

Deixando nele a cinza fria

Como restos de uma fogueira


Vivo assim em dor, insatisfeito,

Sem que perceba este existir;

Serei apenas melancolia

Ou tronco seco na lareira?