4 de abril de 2024

Irritações

Eu irrito-me! Claro que sim! E quem com um bocadinho de senso crítico, capaz de distinguir uma sardinha de um arenque, não se irrita com certas coisas que se vão expondo ao público como em tendas das feiras os casacos, calças e cuecas?

Ora nesta feira, de vaidades, que é o Facebook, são mais que as mães as situações. É um sítio digital, é certo, mas bem que pode ombrear com qualquer terra de fenómenos e milagres, como o Entroncamento ou Fátima, tal é a quantidade de coisas dadas como extraordinárias. É ver os novos inventores da pólvora e da roda, os mestres das coisas fantásticas, os modernos Midas que em tudo que tocam, incluindo cagalhotos, se transforma em ouro. E todos bem considerados e como bons pastores, seguidos por rebanhos fiéis e bajuladores. Mée, mée, mée!

Olha p´ra mim em pé! Olha p´ra mim sentado! Olha p´ra mim a correr! Olha p´ra mim a saltar! 

Olha p´ra mim na praia, no restaurante, junto à cascata, no passadiço, na rua, a segurar o cão, a acariciar o gato! 

Olha p´ra mim vestidinho de cor-de-rosa, de azul, de amarelo, às riscas, aos quadrados, às pintas!

Olha p´ra mim! Olhem p´ra mim! Sim, porque tudo gira  à minha volta. Sou o sol, o centro do universo!

Arre, que é dose!

Estamos na era dos "influencers" e estes existem, prosperam, porque há sempre idiotas chapados que os seguem, e cada peidinho que os seus influentes traseiros tenham a bondade de partilhar, recolhem uma milada de gostos e partilhas. É disso que vivem!

Haja paciência! 

...Ups! Estava com o microfone ligado! Estava a brincar! :-)

3 de abril de 2024

Almoço do Juiz da Cruz - 2024


Aconteceu nesta Segunda-Feira, 1 de Abril de 2024, o tradicional Almoço do Juiz da Cruz, o qual decorreu nas instalações do restaurante "Cruzeiro", na Cerejeira, em Fiães.

Foram cerca de 90 os participantes, distribuídos por várias mesas corridas com cerca de 20 convivas cada. Para além do Juiz da Cruz, o Sr. Armindo Monteiro Gomes, e elementos que participaram nos três compassos pascais, esteve presente o Pe. Benjamim. O nosso pároco Pe. António Jorge Oliveira também passou pelo local, embora, por compromissos de agenda, só na parte final, quando alguns dos convidados já estavam a desmobilizar.

Aspectos positivos: O facto da tradição ter sido retomada depois de não se ter realizado o banquete no ano anterior. Apesar de tudo, longe da participação de outros anos (e recordo que no meu ano de Juiz da Cruz, em 2013, foram quase 130 os participantes), o número neste ano, cerca de 90, é muito positivo e representativo da nossa comunidade.

Aspectos menos positivos: Sei que não foi fácil conseguir um local para a realização do banquete e sobretudo mais próximo da freguesia. Todavia o espaço não pareceu o mais adequado ao evento, até  porque com o serviço diário do restaurante a funcionar em parte da sala. A disposição das mesas não foi a melhor, pois com uns de costas para os outros.

Convidados que chegam atrasados. Não fica bem.

Pelo padrão de anteriores banquetes, o menú, nos seus diferentes aspectos, das entradas à sobremesa, foi muito frugal, muito simples, e o serviço também não deslumbrou. A refeição começou a ser servida muito tardiamente.

Esperava-se que tanto o Pe. Benjamim como o Pe. António, mesmo que este chegado mais tarde por compromissos de agenda, dirigissem algumas palavras de circunstância aos convivas, o que não aconteceu. Nestes eventos deveria haver sempre algumas palavras, nomeadamente de incentivo à tradição e de agradecimento, tanto a quem colaborou como a quem foi convidado e aceitou participar. Foi pena, e disso ouvi alguns reparos.

Em resumo, sendo certo que esta tradição já teve melhores dias, e tem vindo a perder alguns valores que ainda lhe davam identidade e qualidade, sobretudo no convívio salutar e exaltação do sentido comunitário, é, todavia, importante que se mantenha. Mesmo com as naturais dificuldades, é de enaltecer o esforço do Juiz da Cruz em retomar a tradição, quando seria mais fácil aproveitar o facto de não se ter realizado no ano passado. 

É importante que a tradição se mantenha mesmo que ajustada ao que for tido como conveniente num sentido de enriquecimento dos valores que estiveram na base da sua fundação. 

31 de março de 2024

Visita Pascal - Guisande - 2024

 








Equipas (compassos) da visita pascal na nossa paróquia neste ano de 2024, encabeçadas pelo Juiz da Cruz, Armindo Monteiro Gomes.


[clicar nas imagens para ampliar]

30 de março de 2024

Compasso da Páscoa em Guisande


Nem sempre consigo tal premissa e, como a maioria, por vezes também não resisto à tentação de partilhar banalidades, lugares comuns e pingarelhos, mas regra geral procuro que qualquer coisa que aqui publique e partilhe, tenha algum significado, sumo, como se espera de uma laranja. 

Bem sei que a maioria está a sintonizar outra frequência e quando temos às costas uma mochila carregada de anos e de experiência de vida, corremos o risco de andar a falar para as paredes ou para surdos-mudos, tal é o desfazamento entre gerações, níveis de cultura e diversidade de interesses. Mas quanto a isso não há nada a fazer, a não ser remar contra a maré ou navegar contra o vento. Mas isso tem custos, porque desgasta a embarcação, cansa o navegante e demora-se a chegar a bom porto e quando, por adversidade, não se naufraga na viagem.

Neste contexto e pensamento, para a Páscoa deste ano de 2024, que será fria e molhada, deixo de lado os habituais clichês dos coelhinhos, pintainhos, ovos e amêndoas. Tudo coisas boas e ternurentas, mas de tão generalizadas, enjoativas e com ar de banalidade.

Em alternativa partilho uma fotografia antiga, de meados da década de 1950, com o compasso pascal na nossa freguesia. Na cena, o saudoso  Pe. Francisco, com o seu barrete, alva branca de meio corpo sobre a batina preta, estola bordada sobre a alva, à sua direita o juiz da Cruz, o Dr. Joaquim Inácio da Costa e Silva, atrás, certamente já cansado, apesar de ser homem duro e de trabalho, o Ti Domingos Lopes, que tinha a tarefa de carregar a sua cruz e a do juiz, de quem era caseiro. Ainda, à esquerda do pároco, com a caldeirinha da água benta, um quarto elemento que não consegui ainda identificar, mas que talvez os mais velhos que eu e que por aqui espreitem, consigam reconhecer.

Como se vê, pelo menos neste compasso não havia campainha, a não ser que venha debaixo da opa do juiz da Cruz ou que seja quem tirou a fotografia. 

Recorde-se que por esses tempos, e durante muitos mais anos, a visita pascal na nossa paróquia era feita apenas por uma cruz, pelo que o percurso durava todo o dia e até altas horas da noite quando terminava no lugar de Cimo de Vila, na casa do Ti Joaquim "da menina" já a descer o monte do Viso.

A foto foi colorida artificialmente, apenas para dar um pouco de vivacidade ao quadro. Reconheço o local, então caminho estreito  mas hoje rua pavimentada, mas fica como teste para quem quiser adivinhar.

Por tudo isto e com isto, desejo aos meus visitantes e amigos, incluindo os que interessados e de boa fé andam pelo meu Facebook, votos de uma feliz e santa Páscoa! Bem hajam!

Pastelaria

É sempre assim: Natal ou Páscoa, cá em casa cheira a pastelaria. Tudo feito como deve ser, a começar pelos ovos vindos da capoeira ao fundo do quintal e pela qualidade dos demais ingredientes. 

Bem sei que a patroa por vezes queixa-se que assim não tem tempo de ir arranjar o cabelo, artificializar as unhas e preparar a lingerie. - Deixa lá, querida, isso é para gente "xpto", moderna, que já compra tudo feito. O prazer de comer a saborear as coisas que fazemos de forma ritual, quase sacramental, fica-lhes à porta. Do lado de fora! Não se pode ter tudo, pois não?

Compensações pascais

 




Declaração de interesses: Partilha do interesse de apenas dois ou três amigos. Os demais que não liguem. Nada de mais, apenas as compensações para os excessos do pão-de-ló e das amêndoas nesta Páscoa. 
Corridas de ontem (11,97 Km) e de hoje (8,06 Km). A somar à corrida de hoje um misto de caminhada e corrida com mais 3 Km,  junto ao rio Uíma na descoberta da sua cabeceira, na zona dos Valos-Romariz.

Mas foi missão impossível porque a zona a cerca de 50 a 100 metros da sua cabeceira está infestada de silvas e carrascos, intransponível. Infelizmente neste concelho gasta-se muita numa certa centralidade e a lateralidade continua isso mesmo, à margem. Mas sim, seria interessante efectuar a limpeza nas suas margens até à nascente e de modo a ser possível percorrer em trilho.. 
Também ali do lado nascente, junto ao campo de futebol de Romariz, e relativamente próximo do rio, um grande movimento de terras com aterro. Terá licenciamento? Perguntas difíceis em véspera de Páscoa?