23 de dezembro de 2024

Comissão de Festas em Honra de Nossa Senhora da Boa Fortuna e Santo António - 2025


Domingos Manuel Lopes Ferreira (Juiz) Rua de Fornos

Rui Manuel Lopes Silva (Secretário) Rua da Gândara

Eduardo Filipe Correia Silva (Vogal) Rua do Outeiro

Daniele dos Santos Oliveira (Vogal) Rua da Gândara

João Pedro Correia Silva (Vogal) Rua do Outeiro

Pedro Manuel Lopes Ferreira (Vogal) Rua das Quintães

Alexandre Filipe Freitas Santos (Vogal) Rua de São Mamede

João Artur Lopes Conceição (Vogal) Rua dos Marinhos

Raquel da Silva Alves (Tesoureira) Rua da Zona Industrial

Rita Branco Martins (Vogal) Rua das Quintães

Sílvia Lopes Pinto (Juíza) Rua do Canedinho

Bruna Pinho Ferreira (Procuradora) Rua de Fornos


É este o grupo que de forma unida e dinâmica tem estado a trabalhar para organizar a nossa festa em honra de Nossa Senhora da Boa Fortuna e Santo António, popularmente designada de Festa do Viso. Todos acreditamos que tornarão possível uma festa à altura das suas melhores tradições e dentro dos nossos melhores valores, na continuidade de um legado com mais de século e meio de história e que atravessou gerações de guisandenses. Importa colaborar e desejar votos de bom trabalho e sucesso para a festa que é de todos os guisandenses, presentes e ausentes.


Como curiosidade, segue a lista da Comissão de Festas de há 50 anos, em 1975:

Valdemar Ferreira de Pinho – Estôze

António Ferreira da Costa – Quintães

José Ferreira de Almeida – Lama

Joaquim Baptista da Silva – Casaldaça

Centro Cívico do sonho à realidade

 






Ainda há oito dias ali se reuniu uma boa parte da comunidade, em celebração, em comunhão, com a Ceia de Natal. 

Apesar da desconsideração e indiferença da classe política, ainda em incumprimento de velhas promessas, que têm adiado a concretização do objectivo principal do Centro Social, o de funcionar como Centro de Dia, com valências de apoio aos nossos mais velhos, a sua instalação, nascida a partir de uma escola deixada ao abandono como um cão,  porque em nome de centralidades que não tiveram em conta as pessoas e a comunidade, mas apenas o seu tratamento como números, tem servido, e bem, muito do propósito de estar ao serviço das pessoas, dos grupos e das dinâmicas da freguesia e paróquia. 

Ainda bem que tem sido assim e nem poderia ser diferente, mesmo que a contragosto de alguns que, injustificadamente, guardam ressentimentos contra quem tornou possível a obra e foi estando à frente dos seus destinos. Mas um dia a história será contada para memória futura.

Entretanto, partilho aqui algumas fotos da fase de construção do Centro Cívico, das centenas que fui tirando durante o desenvolvimento da obra, desde o seu início até ao seu final.

18 de dezembro de 2024

Dia negro

Sabem os mais velhos, com idade e traquejo suficientes, que a vida é mesmo assim: um carrossel que, em círculo ou em oito, vai e vem. Tanto se nos afasta da vista o belo alazão branco como, num instante, volta a passar defronte do nosso olhar, garboso na sua crina em caracóis e no seu rabo ondulado.

Este traquejo, este viver, dá-nos, de facto, um outro olhar sobre as coisas e as pessoas: aqui, com o distanciamento cauteloso; ali, como se com uma lente de aumento, trazendo à relevância o mais ínfimo pormenor ou o mais recôndito defeito.

Deste modo, ensinados e precavidos – tantas vezes à custa de quedas e pancadas –, já não é com surpresa que tomamos conta de certas coisas ou novidades trazidas nos jornais ou assobiadas pelo vento. As íntimas, que dizem respeito só a nós, e também as públicas, por serem do interesse de todos ou, como se costuma dizer, da comunidade.

Assim sendo, e mais não digo, porque quem não aprendeu que aprenda; se novo, há-de ter tempo para ser ensinado, pois a vida nisso é uma disciplinadora mestra.

Por agora, é tempo de desencanto, sobretudo de desapontamento – mas não de surpresa. Desapontamento, porque, apesar da experiência e do aviso, andamos sempre com uma réstia de esperança de que as coisas e as pessoas ainda não sejam assim tão previsíveis, e de que valores como a palavra e a honra ainda valham mais que dez-reis de mel coado.

A História dá-nos conta de datas e factos, exulta os heróis, mas também lembra os traidores, os oportunistas e os vendidos. Haverá sempre Pétains e Régims de Vichy a apoiar e a colaborar com os invasores ou Miguéis de Vasconcelos a porem-se a jeito para serem atirados abaixo da varanda. Noutros tempos, sim, mas, por ora, não haverá é ninguém com “tomates” para o fazer, para limpar a casa. 

Afinal, há também aqueles que trocam de camisa, recuam das trincheiras e, como mulheres da vida, abrem as pernas e, de cócoras, vendem-se facilmente a quem lhes pague ou adoce a boca.

Cada um que faça e julgue como bem entender, mas por mim reservo-me à indiferença aos que tudo fizeram para o desfecho contrário às regras do respeito por quem pretendia seguir por si o seu caminho. São vários os que ficaram muito mal neste retrato. Importa não esquecer quem foram.

Não pode valer tudo!

30 de novembro de 2024

Nota de falecimento - Domingos de Sousa Pinho


Faleceu Domingos de Sousa Pinho, de 70 anos [14 de Agosto de 1954 a 29 de Novembro de 2024]. Natural de Canedo, casou em Guisande com Dorinda da Silva Alves. Residia em Lobão, na Rua da Ponte - Arosa.

Cerimónias fúnebres na Segunda-Feira, 2 de Dezembro, pelas 14:30 horas. Missa na igreja matriz de Guisande e no final sepultamento no cemitério local em jazigo de família.

Missa de 7.º Dia na Sexta-Feira, 6 de Dezembro de 2024, às 18:30 horas

Sentidos sentimentos a todos os familiares, de modo particular à esposa e filho.

Que Deus o guarde na Sua presença!

26 de novembro de 2024

Pérolas a porcos

O Dicionário de Expressões Correntes, de Orlando Neves (Editorial Notícias), regista a expressão «Deitar pérolas a porcos» e a variante «Dar pérolas a porcos». Com semear, não encontrei a expressão.

Diz este dicionário que «oferecer coisas finas, delicadas, ricas ou requintadas a pessoas rudes, ignorantes ou insensíveis é «deitar pérolas a porcos»; e acrescenta que «É mais uma expressão com origem bíblica. No Evangelho segundo S. Mateus, cap. 7, no Sermão da Montanha, Cristo disse: "Não deis aos cães as coisas santas, nem deiteis pérolas a porcos, não aconteça que as pisem com os pés e, voltando-se, vos despedacem."»

Carlos Marinheiro  16 de junho de 2008


[Ciberdúvidas da Língua Portuguesa]

22 de novembro de 2024

Louredo - Freguesia irmã?


A freguesia de Louredo é antiga. Pertence ao concelho de Santa Maria da Feira mas já pertenceu ao de Arouca.

Actualmente, no mesmo processo castrador, faz parte da mesma união de freguesias. Dizem que entretanto ambas as freguesias vão voltar a ser elas próprias, mas ver para crer.

De todas as freguesias vizinhas de Guisande (Lobão, Gião, Louredo, Romariz, Pigeiros e Caldas de S. Jorge), tenho para mim que Louredo é a mais parecida com Guisande, tanto em muitas das características do seu território, exceptuando o enclave de Parada, pela sua dimensão quase uma freguesia à parte, mas também pelas suas gentes, forma de ser e estar.

De resto, mais que às demais vizinhas, Guisande sempre teve uma ligação muito próxima à freguesia de Louredo. Pode esta minha consideração sofrer da influência de eu ter nascido e vivido em Cimo de Vila e por isso mais próximo de Louredo, e porque em centenas de vezes em criança percorri aqueles caminhos que levavam a Cimo de Aldeia, ao Codeçal ou ao Convento, bem como na partilha comum dos matos e pinhais do monte de Mó e dos férteis campos junto à ribeira das Corujeiras.

Assim, ia-se à missa e à festa a Vila Seca, à festa do S. Vicente, que se dizia de Ferreira mas que afinal era o Mártir, ao Ti Florentino consertar as bicicletas, ao alfaiate do Concharinha mandar fazer calções ou calças ou nelas aplicar umas quadras, ao alambique a Tozeiro entregar bagaço e trazer aguardente, etc, etc.

Já em adolescente eram por lá alguns serões e as desfolhadas por Louredo eram mais generosas e de raparigotas sorridentes. Até quando as maleitas batiam à porta e entravam no corpor, passava-se por Louredo a ir ao Dr. Alexandrino no Carvalhal.

Mesmo na igreja paroquial de Louredo há ali obras realizadas por guisandenses e até a residência paroquial terá sido mandada fazer, por 1903, por Custódio António de Pinho, avô paterno do ainda pároco Pe. Eugénio Pinho, este filho de António Baptista de Pinho, que era da Casa da Quintão, aqui de Guisande. Esta casa abastada tinha noutros tempos muitas propriedades dispersas por Louredo.

Concerteza que um freguesia tem sempre ligações de várias naturezas às freguesias vizinhas, incluindo familiares, porque uns e umas casam-se com outros e outras, mas mesmo que sendo apenas a minha percepção, e sob um ponto de vista de tempos já passados e não tanto na actualidade, creio haver, de facto uma ligação mais homogénea a Louredo.

Já de Lobão, as relações nunca foram por aí além, porque estas sempre com um sentimento escusado de grandeza e bazófia, com muita gente boa mas no geral com características de pouca empatia pela vizinhança. De lá, em debandada de pinhoeiros e jericos e mulas, subiam ao nosso monte de Mó “colher” tudo quanto eram pinhas e com fama de levar outras coisas pelo caminho de regresso. Rivalidades e alguns pontos acrescentados aos contos, concerteza, mas nunca houve fumo sem fogo.

De S. Jorge, talvez pela humidade da “cova” e do cheiro a podre das suas águas, como se dizia, a coisa nunca foi melhor, no geral empertigados e pouco dados a reconhecer os valores dos demais e em muito daí a recusa da freguesia em tomar parte com ela aquando da formação das uniões de freguesia, preferindo-se Lobão numa de “mal menor”. A forma abusiva e de desconsideração como considera de seu a parte do que é o lugar de Azevedo, não reconhecendo as evidências de limites e registos, surripiando marcos que definiam os limites, também não ajudou em tempos mais recentes a uma melhor simpatia.

Gião, porque os acessos directos quase não existiam, e pelo meio, ali pelos Marinhos, falava-se de poiso de quadrilhas de assaltantes, apenas ali se ía por Maio à festa da Senhora da Hora ou forçadamente a caminho de Canedo ao médico local e pouco mais.

Romariz, boa e antiga terra, de castro e capelas, talvez porque os caminhos eram sempre a subir, também nunca vingou uma forte ligação e se alguma, com mais importância, talvez a Duas Igrejas.

Pigeiros, tem também muito das características de Guisande e Louredo, e durante muitos anos até partilhamos o mesmo pároco e padres, mas a ligação formal também nunca foi muito substancial, talvez mais do lado de Estôze por ser lugar próximo. Apesar disso dali resultaram fortes ligações familiares como da família Costa e Silva e Gomes Leite, que em Guisande se uniram a famílias abastadas na Casa da Quintão, à família leite Resende (Casa do Dr. Inácio) e a um ramo da Casa do Loureiro, acrescentando hectares de campos e pinhais.

Em todo o caso, os tempos mudaram, rasgaram-se estradas e caminhos a unir todas as freguesias e aos poucos os valores, identidades e características que eram específicas e intrínsecas das diferentes populações, foram-se dissipando e hoje já quase que somos todos farinha do mesmo saco, peças moldadas do mesmo barro, com todas as virtudes e defeitos comuns.

Todavia, é sempre importante alguma mistura social e cultural e da diferença resulta a riqueza da diversidade. Temos, pois, os vizinhos que temos e eles têm-nos a nós..