7 de julho de 2024
Postal do dia - Que não apenas pão e circo
5 de julho de 2024
D. Laurinda da Conceição - A LIAM e outros apontamentos
Laurinda Gomes da Conceição, segunda filha de nome, que nasceu a 13 de Agosto de 1933 e faleceu em 5 de Setembro de 2016.
Era filha de Justino da Conceição Azevedo e Rosa Gomes de Almeida.
Este Justino nasceu a 15 de Fevereiro de 1898 e faleceu em 31 de Dezembro de 1945.Tinha, pois, a Laurinda 12 anos quando faleceu o pai.
A Laurinda teve vários irmãos, nomeadamente:
David Azevedo da Conceição, que nasceu em 27 de Março de 1921 e que casou em 12 de Outubro de 1941, com Maria da Conceição Francisca da Costa;
Maria Gomes da Conceição, que nasceu a 12 de Agosto de 1924. casou em 14 de Maio de 1955 com Joaquim Príamo Monteiro;
Laurinda Gomes da Conceição, primeira de nome, que nasceu a 17 de Janeiro de 1929. Faleceu menor em 25 de Maio de 1930.
António Azevedo da Conceição, nascido em 23 de Novembro de 1931 e falecido em 1 de Julho de 2017. casou em 1 de Setembro de 1963 com Idalina Rosa de Pinho;
Maria Rosa Gomes da Conceição, nascida a 25 de Setembro de 1939, ainda viva à data em que escrevo. Casou com 22 de Agosto de 1964 com António Ferreira da Costa.Está ainda viva.
Toda esta gente eram meus parentes por parte do ramo de minha mãe já que a sua avó, por isso minha bisavó, Margarida da Conceição, era filha de António Caetano de Azevedo, carpinteiro de profissão, e de Maria Gomes da Conceição, costureira, moradores no lugar das Quintães, que por sua vez também eram pais do Justino da Conceição Azevedo, que por sua vez era o pai da D. Laurinda. Logo o pai de D. Laurinda era irmão da minha bisavó materna.
Na imagem acima, vemos o simples monumento dedicado ao Imaculado Coração de Maria, localizado ao fundo do Monte do Viso, obra levada a cabo pelo núcleo da LIAM - Liga Intensificadora da Acção Missionária e sobretudo pela sua então presidente ou orientadora, a D. Laurinda Gomes da Conceição.
O monumento teve o seu início no ano de 2002 e terminou por 2003. A obra contou com ofertas de muitas pessoas, em dinheiro e materiais e com apuramento de várias iniciativas da LIAM.
A D. Laurinda, como ficou dito, faleceu em 5 de Setembro de 2016. Durante vários anos foi presidente/orientadora do grupo da LIAM, cargo que em Maio de 2004 transmitiu à Lurdes Lopes. Foi desde nova uma figura dedicada às causas dos missionários do Espírito Santo e por isso a sua ligação à LIAM foi sempre de muito empenho e com grande sentido de missão.
Pessoalmente, por volta de 2001, tive a oportunidade de pertencer ao grupo, e durante vários anos, e em muitas vezes e circunstâncias pediu-me colaboração a D. Laurinda, nomeadamente quando se propôs a construir este simples mas interessante monumento. Para o efeito realizei o levantamento topográfico do monte e do local onde se implantou, com a devida autorização da Junta de Freguesia, e esbocei o projecto.
Em rigor, por alguma simplificação e por poupança de custos, acabaram por ser modificadas algumas ideias da projecto original, nomeadamente a inclusão na parte de trás de um semi-círculo com função de banco de descanso e de oração. Previa também um pouco mais de elevação da plataforma de modo a que na frente fossem mais os degraus e se garantisse uma simetria na forma.
A adaptação não foi do meu agrado, mas quando dela dei conta, porque já consumada, não fiz disso uma questão. É certo que teria sido mais interessante respeitar a forma pensada e projectada, mas foi o que foi e num sentido geral respeitaram-se algumas coisas. Todavia, é velho o hábito dos construtores fazerem tábua rasa dos projectos e fazerem as coisas à sua maneira.
Para além de outras actividades, e recordo-me dos seus passeios convívio, a passagem de ano do milénio, de 1999 para 2000, e ainda a publicação do boletim mensal "Janela Aberta", que mais tarde, no tempo do Pe. Arnaldo Farinha, seria retomado como boletim dominical da paróquia.
Há alguns anos, antes de falecer, a D. Laurinda entregou-me um molho de papéis vários, inlcuindo alguns resumos da sua actividade na LIAM bem como as contas tidas com a construção do monumento, escritas pela sua mão, com vários erros, como humildemente reconhecia, mas que mesmo sem um grande rigor nos dá uma ideia dos respectivos custos e origens das receitas. Considero-os elementos já com algum interesse documental, pelo que partilho aqui.
1 de julho de 2024
Postal do Dia - Virão dias melhores?
Terminou a Visita Pastoral à comunidade interparoquial que integra as paróquias sob a responsabilidade do Pe. António Jorge de Oliveira, S. Mamede de Guisande, Nossa Senhora da Assunção de Pigeiros e Caldas de S. Jorge.
Por uma casualidade que não havia previsto há pouco mais de meio ano, concretamente em Outubro passado, quando o pároco me pediu para representar a paróquia de Guisande num encontro a nível vicarial de representantes das diversas paróquias, que por sua ver iria eleger a representante vicarial ao Conselho Pastoral Diocesano, acabei agora por ficar envolvido na organização do programa da Visita Pastoral.
Não imaginei que viesse a ter estas responsabilidades, pois apesar de já ter feito em diferentes tempos parte de vários grupos na paróquia, como Grupo de Jovens, Grupo Coral, Grupo de Leitores,Grupo da LIAM, aquando do pedido do Pe. António, não estava agora com qualquer ligação.
Seja como for, não me neguei a prestar essa colaboração ao pároco e à paróquia e a coisa avançou, com algumas freimas, muito envolvimento, mas terminou ontem, e parece-me que com um saldo muito positivo.
Paróquia e freguesia são conceitos diferentes mas que acabam por se interligar em muitos aspectos de vivências e convivências, tanto mais num meio relativamente pequeno como o nosso. Apesar disso, neste contexto da Visita Pastoral pude perceber com mais profundidade que ainda há caminho a percorrer no sentido de uma mais abrangente participação da comunidade. Esta ainda é muito reticente e mesmo renitente no que se refere à participação como um todo. É, pois, muito sectorial e uma grande parte da população, mesmo que convidada abertamente a participar em momentos de partilha comunitária, regra geral prima pela ausência numa atitude de quem considera que estas coisas são para quem vai às missas ou mesmo apenas para os que fazem parte dos grupos e dinâmicas da paróquia.
Mesmo alguns dos pais de crianças que andam na catequese, nos diferentes anos, encaram isto como "biscates", inconveniências e perda de tempo. Se numa reunião há um atraso, vociferam e reclamam. Podem até esquecer a coisa nos momentos em que são chegadas as festas e festinhas, porque então aparecem, tiram a fotografia e vão a restaurantes celebrar, mas fora disso a atitude não é a mais positiva ou de participação interessada.
Viu-se este quase desinterese particularmente no acolhimento ao Sr. Bispo, a cuja sessão nem foram todos os convidados, embora alguns com legítimas justificativas. Também na celebração da eucaristia campal, no Monte do Viso, e depois no jantar convívio partilhado, ficou muito aquém a participação da restante comunidade, não só da nossa paróquia como das demais.
Nestes aspectos não somos melhores nem piores do que as demais freguesias e mesmo das demais paróquias que compõem esta comunidade interparoquial. Se quisermos fazer este exercício, até em termos proporcionais ao tamanho das populações, atrevo-me a considerar que Guisande até estará bem na fotografia, mas mesmo assim é pouco.
Em suma, a freguesia ou a paróquia, no aspecto de entre-ajuda e participação já teve melhores dias. A razão não está na paróquia ou em quem a dirige ou em quem com ela colabora, mas tão simplesmente na mentalidade das pessoas e actuais hábitos de ocupação de tempos livres e entretenimento em que regra geral valoriza-se a vulgaridade, as banalidades, ou as coisinhas que permitem encher egos. Ainda o conforto da casa ou da tasca em detrimento de coisas que exijam algum comprometimento, canseiras e disponibilidade.
Os bons velhos valores dos nossos antepassados estão há muito em erosão. Os mais velhos, os que faziam e sabiam como fazer, porque passado que está o seu tempo de vigor, já pouco ou nada podem fazer senão assistir, com pena, a esta triste amostra de freguesia, quando comparada com a de há algumas décadas. No geral não temos sabido respeitar e dar continuidade a esse legado que nos deixaram.
É certo que ainda há muita coisa positiva e alguma gente capaz e interessada (veja-se, por exemplo, o empenho da Comissão da nossa Festa do Viso), e em face disso, como disse, no caso da Visita Pastoral o saldo foi bem positivo, ainda tanto nas coisas da freguesia como da paróquia, mas não tenhamos ilusões ou expectativas altas, porque o futuro não se prevê melhor.
Só desejo que este meu algum pessimismo, que entendo mais como realismo possa, a curto ou médio prazo, ser desmentido e que afinal as coisas irão melhorar e teremos uma freguesia mais unida e participativa em tudo quanto lhe diga respeito. A ver vamos!